domingo, 25 de julho de 2010

Os Cães de Busca

Vou tentar desmistificar um pouco o que é o trabalho dos cães de busca e resgate, para que servem, características de um bom treinador/guia de cães, etc... O artigo visa essencialmente o trabalho com os cães de busca e salvamento/resgate, por ser esse aquele que acaba por ser menos visível para a opinião pública, pois muitas das vezes não entende como os cães trabalham e por vezes escreve-se tanta coisa que não condiz com a realidade. Não pretendo ser um expert na matéria, mas quatro anos de trabalho com cães na Força Aérea Portuguesa e dois anos no grupo Operacional Cinotécnico do Corpo de Intervenção da PSP para além de sempre ter tidos e trabalhado com cães a nível particular, dão-me algumas bases para poder escrever este artigo tentando desmistificar um pouco o que é o trabalho difícil que homens e cães executam e não está á vista de todos.
Especialidades dos cães de busca e resgate

Nem todos os cães de busca e resgate realizam o mesmo tipo de busca. Alguns são cães pisteiros e outros são cães de busca. A distinção entre os dois orienta o processo de treino e o modo como o cão participa em missões. Os cães pisteiros trabalham, na maioria, com o focinho no solo. Eles seguem um rasto de cheiro humano em qualquer tipo de terreno. Esses cães não buscam, eles seguem;

Os cães pisteiros precisam de um ponto inicial, um objecto com o cheiro da pessoa com o qual trabalhar e uma pista não-contaminada.

No caso de pistagem, o tempo é um problema. Se uma criança desaparece do pátio da escola, de um acampamento, de um local qualquer de lazer, etc… um cão pisteiro pode ser chamado para seguir o cheiro da pessoa imediatamente após o desaparecimento, antes que outros grupos de busca e equipas policiais e de Bombeiros contaminem a pista de cheiro.

Os cães de Busca, por outro lado, trabalham com o focinho no ar. Eles captam o cheiro humano em qualquer local na área de busca: eles não precisam de um ponto inicial "visto pela última vez", um objecto com o qual trabalhar ou uma pista de cheiro, e o tempo não é um problema. Enquanto os cães pisteiros seguem uma pista de cheiro particular, os cães de busca captam um cheiro transportado nas correntes de ar e buscam sua origem: o seu ponto de maior concentração.

Os cães de busca podem ser chamados para encontrar uma pessoa desaparecida, que esteja perdida em algum lugar de um parque nacional que tenha muitas grutas ou ravinas e uma pessoa pode cair por uma delas, uma vítima de avalanche que esteja 4,5 metros debaixo de neve ou uma pessoa soterrada sob os escombros de um edifício, num terramoto por exemplo. Os cães de busca podem-se especializar num tipo específico de busca, como:

• Busca de cadáveres - os cães procuram especificamente pelo cheiro de restos humanos, detectando o odor dos gases de decomposição do corpo humano. Os cães de busca de cadáveres podem encontrar algo tão pequeno quanto um dente humano ou uma única gota de sangue;

• Busca de cadáveres na água - os cães buscam por vítimas de naufrágios, ou de acidentes como foi o caso do acidente na Ponte de entre os Rios. Quando um corpo está sob a água, as partículas da pele e os gases sobem à superfície, assim, os cães podem sentir o cheiro de um corpo mesmo quando ele está completamente imerso. Devido ao movimento das correntes de água, os cães raramente podem apontar a localização exacta de um corpo.

• Por norma trabalham sempre no mínimo duas equipas Cinotécnicas de busca e resgate, as quais buscam a área predefinida, e quando os cães assinalam um local, os mergulhadores usam o ponto de alerta do cão, juntamente com a análise da corrente da água, para estimar o local mais provável de localização do corpo;

• Cães de busca na neve - os cães buscam pelo cheiro de seres humanos soterrados até 4,5 metros abaixo da neve;

• Desastres urbanos – esta é talvez a especialidade mais difícil da busca e resgate, os cães que trabalham com desastres urbanos buscam por sobreviventes humanos em escombros de edifícios. Eles devem percorrer terrenos instáveis e perigosos, são treinados para trabalharem á distância, porque por muito que gostemos de animais, e quem trabalha com cães gosta do seu cão, mas ele está lá para correr riscos em vez do homem, razão pela qual tem que trabalhar á distancia, e ser ensinado a avisar o seu guia da descoberta de algum ser humano no local, altura em que após a confirmação por outra equipa, então sim avançam as equipas com o material necessário para retirar com vida a descoberta do cão. Estes cães desde o início do seu treino, são ensinados a não ter medo de andar em pisos instáveis e altamente perigosos.

Os cães que buscam por cadáveres e os que buscam em água são os únicos tipos especificamente treinados para farejar restos humanos, ainda que todos os cães de busca e resgate sejam capazes de dar o alerta sobre restos humanos caso os encontrem, no entanto isso pode gerar problemas para alguns dos cães porque os cães de busca e resgate treinados para localizar pessoas vivas podem desencorajar-se quando encontram apenas corpos. Os cães entendem que encontrar pessoas vivas é preferível, em parte devido a seu treino, em parte devido às reacções dos seus treinadores e também porque as “vítimas” ( figurantes em treino) geralmente recompensam o cão quando são encontrados, ou seja a motivação para encontrar uma pessoa viva é muito grande para o cão, pois ele está á procura da recompensa. O guia ( treinador /tratador) e o seu auxiliar, no final de uma busca em que não encontraram nada, escondem sempre nos escombros uma pessoa viva para que os cães a encontrem e assim recebam a sua recompensa, de modo a que estejam sempre com a motivação alta quando vão trabalhar, pois eles sabem que sempre que estão a trabalhar vão encontrar alguém e assim receber a sua recompensa, o que faz com que nunca desistam de procurar um ser humano vivo.

Em desastres urbanos, nos quais as pessoas estão presas sob pilhas de escombros, a força de um cão, o seu apurado faro, sua confiança e agilidade são factores extremamente importantes, no entanto, é essencial que o cão seja extremamente obediente: um cão fora de controlo é um estorvo em situações de busca e salvamento. É aqui que os padrões de busca e resgate entram.

Desvendando um pouco do treino de Busca e Salvamento
“Quando você percebe que está perdido, já passou pela mesma árvore três vezes e percebe que o pôr do sol ocorrerá dentro em pouco, um cão querendo brincar de busca a uma pessoa escondida, pode ser a sua melhor opção para voltar para casa são e salvo.”

Os cães de busca e resgate são inteligentes, ágeis e obedientes, mas seu grande "interesse em brincar" é o que os impulsiona a procurar por uma pessoa desaparecida, descer íngremes paredes de rocha e grutas que fariam uma pessoa claustrofóbica nem sequer chegar perto do local.

Basicamente, a tarefa de um cão de busca e resgate é descobrir a origem do cheiro de um ser humano e informar o seu guia/treinador onde ele está.

Os especialistas estimam que um único cão de busca e salvamento pode realizar o trabalho de busca de 20 a 30 seres humanos. Também não se trata apenas de cheiros: a audição superior e a visão nocturna dos cães também contam. O tempo é sempre um problema quando se trata de busca e salvamento. Numa situação de avalanche, por exemplo, cerca de 90% das vítimas continuam vivas 15 minutos após o soterramento, mas 35 minutos após o acidente somente 30% delas sobrevive. Apesar da maioria das vítimas de avalanche não sobreviver, as suas hipóteses aumentam quando a busca é realizada por cães. Mesmo em casos nos quais as vítimas supostamente estão mortas, os cães são bens inestimáveis; eles localizam os corpos para que os membros das famílias possam dar a seus entes queridos um enterro adequado.

Os cães de busca e resgate podem fazer coisas incríveis, incluindo descer desfiladeiros, descer de helicópteros ás costas dos seus treinadores, localizar uma pessoa dentro de um raio de 500 metros, encontrar um corpo sob a água, subir escadas e andar por uma viga instável num prédio desmoronado, mas tudo isso com um único objectivo: encontrar cheiro de um ser humano. Esse cheiro pode ser de uma pessoa viva, de um corpo, um dente humano ou uma peça de roupa. Os cães de busca e resgate localizam pessoas desaparecidas, buscam sobreviventes e corpos em áreas de desastres e localizam vestígios em cenas de crime ( casos de fogo posto, por exemplo) tudo isto concentrando-se no cheiro de um ser humano ou de um odor específico, um acelerante por exemplo : gasolina, no caso de um fogo posto, o cão pode descobrir o local de ignição.
Para as pessoas, isto pode parecer uma tarefa difícil. Mas para os cães, cujo sentido do olfacto é cerca de 40 vezes mais aguçado do que o de uma pessoa, isto é bem fácil. Para um cão, o cheiro de um ser humano é tão forte e distinto quanto o cheiro de um bolo de chocolate recém-cozido é para uma pessoa. O corpo humano apresenta um cheiro característico: a pele solta constantemente células mortas chamadas cavéolas, que contém bactérias e que exalam esse odor. Ainda que seja impossível saber ao certo, a maioria dos especialistas acredita que os cães de busca e resgate sentem o cheiro dessas cavéolas que formam um "cone olfativo" que o cão pode apontar facilmente durante uma busca. As células da pele das pessoas exalam um odor único, o que possibilita ao cão cheirar uma peça de roupa e procurar especificamente a última pessoa que a vestiu.

O pastor alemão é uma raça popular de busca e resgate

Apesar de alguns cães demonstrarem um desejo maior de farejar que outros, todos os cães têm um olfacto muito apurado. Alguns treinadores têm as suas raças preferidas, mas qualquer cão de porte médio a grande, saudável, com inteligência razoável, boa capacidade auditiva, cuja personalidade não seja agressiva e com um forte impulso de brincar/caçar (um desejo intenso e constante de recuperar um brinquedo) pode potencialmente praticar busca e resgate. Os cães de busca e resgate precisam ser grandes o suficiente para andar sobre terrenos traiçoeiros e retirar escombros do caminho, mas pequenos o suficiente para serem transportados facilmente. De facto, actualmente não se encontra muitos cães de busca da raça São Bernardo porque eles podem ser inconvenientes. O Pastor Alemão é uma raça de cão de busca e resgate muito popular: geralmente são inteligentes, ágeis e obedientes e sua pelagem com duas camadas serve de isolamento em condições climáticas severas. Cães de caça e pastoreio como os Labradores e os Border Collies também tendem a ser bons no trabalho de busca e resgate devido a seu impulso caçador muito forte. Muitas pessoas consideram os Bloodhounds a melhor raça para rastreamento: as suas orelhas gigantes e dobras faciais servem para receber e concentrar partículas de cheiro nas suas narinas, o que torna seu olfacto extremamente aguçado e discernente. Um Bloodhound pode identificar uma pista semanas após outras raças não terem conseguido. Actualmente utiliza-se outra raça Pastor Belga Malinois, com excelentes resultados.

Isto leva-nos a uma distinção entre os tipos de cães de busca e resgate: alguns cães seguem, enquanto outros buscam.

Ainda que a busca, de facto, seja realizada pelo cão, é o treinador quem está sempre no comando. Os treinadores de cães de busca e resgate são voluntários e passam por um treino exigente para realizar o seu trabalho: eles têm boa forma física para trabalhar em condições extremas, sabem movimentar-se em muitos ambientes e são capazes de prestar primeiros socorros (muitos treinadores possuem o certificado de técnico em emergência médica). Eles também comunicam-se com seus cães como se falassem a mesma língua, o que, de uma certa forma, é verdade. Os cães e os treinadores buscam a linguagem corporal um do outro, e um cão inteligente pode desenvolver um vocabulário corporal além de interpretar o tom de voz de seu treinador.

A Equipe de Busca e Resgate K-9 localizada em Dolores, Colorado, EUA, define três níveis de habilidade básicos. Para se tornar um operacional de busca e salvamento desse grupo, um cão de busca e resgate deve ser aprovado em cada nível de teste.

Nível I: obediência básica

O nível I abrange comandos básicos e temperamento do cão. Para passar nesse grupo de habilidades, o cão precisa sentir-se confortável com estranhos não-ameaçadores e outros cães, prestar atenção ao treinador enquanto caminha com trela solta, andar no meio de uma multidão e entre distracções sem se distrair e obedecer aos comandos básicos como "senta", "deita", "fica" e "venha".

Teste: enquanto o treinador está andando com o cão com uma coleira solta, eles encontram uma distração visual e uma auditiva, como uma pessoa correndo em frente ao cão e o barulho de uma porta batendo. O cão pode se assustar ligeiramente, mas ele não deve entrar em pânico, ladrar ou tentar fugir.

Nível II: profissionalismo canino
O nível II testa o que a Equipe de Busca e Resgate K-9 chama de "profissionalismo canino". O cão obedece consistentemente aos comandos básicos e às combinações de comando e não entra em stress quando se separa do treinador. Passar nesse nível significa que o cão pode trabalhar efectivamente com outro treinadores, se necessário.

Teste: o treinador deixa seu cão em um grupo de cães de busca sob o cuidado de outro treinador. Ele coloca seu cão em uma posição de "sentado" ou "deitado" e ordena ao cão para "esperar". O treinador então se afasta pelo menos 9 metros, até onde o cão não pode vê-lo. Muitos treinadores então assumem uma posição de vigilância, observando todos os cães. Isso dura, pelo menos, 15 minutos. Cada cão deve permanecer na posição "sentado" ou "deitado" sem qualquer comando adicional até a volta de seu treinador.

Nível III: habilidade física e mental

Os níveis I e II testam a obediência necessária em uma situação de busca. O nível III aborda os rigores físicos e mentais do trabalho. O cão sabe lidar com as condições e expectativas de busca e resgate?

Para passar desse nível, o cão deve andar através de um túnel, subir uma estrutura em forma de A com uma inclinação mínima de 45° em cada lado, entrar numa pá de retro-escavadeira com seu treinador e ser içado a, pelo menos, 3 metros sem tentar pular e sentar-se em um carrinho snowmobile (veículo para andar sobre a neve) sem tentar pular. Ele também viaja em um barco sem tentar pular, aproxima-se de um helicóptero sem demonstrar medo e aceita ser içado no ar enquanto usa um peitoral.

Rastreamento

A equipa de busca e resgate K-9 tem padrões adicionais para cães de pistagem: o nível III é o rastreamento em áreas amplas e desabitadas, o nível II é o rastreamento suburbano e o nível I é o rastreamento urbano. A qualificação para o rastreamento urbano envolve o seguinte teste.

Uma pessoa (o alvo) deixa um rastro de 500 metros a 1,5 quilômetro (se move de um ponto até o outro) em uma área da cidade altamente populosa e com tráfego intenso. O alvo cruza pelo menos duas intersecções, realiza pelo menos três giros em ângulo recto, desce duas quadras de becos e deixa um objecto com cheiro em um beco. Assim que o alvo deixa a pista, outra pessoa cruza a pista em pelo menos um lugar acrescentando outra trilha de cheiro para enganar o cão. Trinta minutos após o alvo estar em sua posição final, o treinador coloca o cão na pista de cheiro. O cão deve completar a trilha (encontrar o alvo) em menos tempo do que o alvo levou para criar a trilha. O cão enfrenta distracções durante todo o teste, incluindo cães e gatos soltos, outras equipes de busca e resgate e maquinaria pesada em funcionamento, além de se confrontar com obstáculos, incluindo cercas de arame farpado e paredes de tijolos que o cão deve superar desviando-se deles (ou pulando sobre eles) para permanecer na pista.

Um cão e seu treinador precisam treinar muito para passar nos padrões de qualificação do trabalho de busca e resgate. O treinamento inicia-se quando o treinador identifica a recompensa ideal para o cão. Geralmente ela é muito fácil de descobrir.


Treino do cão de busca e resgate

Comandos comuns

Busca- iniciar uma busca por cheiro humano
Up- escalar um obstáculo
Fura- rastejar através de um túnel
Deixe- ignorar uma distração em particular
Mostra- levar o treinador de volta ao local de uma descoberta

Pode parecer que um cão obsessivamente focado em brincar não daria um bom cão para o trabalho. Mas para o trabalho de busca e resgate, esta é uma característica perfeita. Um cão que busca uma bola de ténis por horas provavelmente andaria em três metros de neve, subiria uma montanha e desceria uma barreira rochosa que sangraria as suas patas para encontrá-la (e encontrar alguém para atirar o objecto para ele novamente). Para esse cão de busca e resgate, localizar a origem de um cheiro humano significa um jogo de "ache a bola". Esta é a base do treino de busca e resgate: associar o cheiro humano com alguma coisa que o cão deseja muito.

As principais tarefas de um cão de busca e salvamento são localizar um cheiro humano ("busca") e efectivamente alertar o seu treinador para a sua localização. O treino de busca e resgate garante que um cão pode completar essas tarefas em todas as condições, independentemente do clima ou de distracções. Dependendo da área de especialidade do cão, o seu treino central também pode incluir o lembrar-localizar ("mostra"), no qual ele encontra uma pessoa, retorna ao seu treinador e então o leva de volta até a pessoa, ou a lealdade com a vítima, na qual o cão permanece com a pessoa e alerta o seu treinador por meio de latidos.


Este cão está alertar o seu treinador por meio de latidos. Ele permanecerá com a vítima até a chegada de ajuda. ( simulação)

A maioria dos cães de busca e resgate fora de Portugal mora e treina com seus treinadores, em Portugal, os cães policiais estão num canil próprio da corporação a que pertencem. São necessárias aproximadamente cerca de 600 horas de treino para um cão estar apto a actuar. Os potenciais cães para busca e resgate precisam ser obedientes e atentos, ter um temperamento amigável (eles vão trabalhar próximos de estranhos e outros cães numa situação de busca) e ter um forte desejo de agradar. Obediência e concentração são cruciais. Um treinador deve poder controlar seu cão todo o tempo e em todas as situações. Mas um cão de busca e resgate que não seja capaz de agir por conta própria é inútil (cães de busca trabalham sem trela, portanto, o treinador nem sempre estará por perto para dar os comandos). O cão de busca ideal pode resolver problemas sozinho, mas está sempre atento ao seu treinador.

A abordagem geral para treinar um cão para busca e resgate não é diferente do treino de um cão para realizar qualquer outro tipo de tarefa. O primeiro passo é descobrir por qual recompensa o cão trabalhará, e sempre imediatamente recompensá-lo quando ele faz a coisa certa. Os cães não fazem caridade: eles trabalham somente pela recompensa. Durante o treino, associa-se essa recompensa com cada coisa que deseja que o cão faça (nesse caso, localizar cheiro humano e alertá-lo de uma maneira padrão). O treino inicia- se com tarefas muito simples e progressivamente vai-se tornando mais complexo à medida que o cão completa cada nível.

Treino do treinador/guia

Em média, um treinador de busca e resgate leva cerca de mil horas para estar apto a actuar em campo. Ele aprende a treinar adequadamente um cão para localizar e alertar e recebe treino em navegação terrestre, padrões climáticos, transmissões, saber ler mapas e bússola, sobrevivência em áreas amplas e desabitadas e procedimentos de primeiros socorros avançados.

A maioria das buscas reais tem uma equipa de cães e um guia auxiliar para ajudar com a navegação, mas o treinador/guia deve ser capaz de fazer isso sozinho para se qualificar para uma operação de busca.

As equipas de busca e resgate estão a postos 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Normalmente, uma autoridade alerta a unidade de cães de busca e resgate e a organização desta alerta os membros da sua equipa. O caso pode ser o de uma criança desaparecida, um grupo de praticantes de caminhada que nunca chegou ao seu local de acampamento, um prédio bombardeado, um terramoto, um fugitivo ou uma nova pista de um crime que coloca o corpo de uma vítima num lago, etc…, podendo ser mil e uma situações diversas.

Depois de alertados por uma chamada, o binómio de cão/treinador carrega o seu equipamento, o que pode incluir muitos acessórios para climas severos, cordas e amarras, rádios, bússolas, mapas, alimento, água e outras coisas úteis numa busca. Se a chamada é para uma busca em avalanche, o transporte pode envolver um helicóptero. Se for uma busca em área ampla e desocupada, a equipa geralmente dirige-se até o local com automóveis e depois caminha ou chega de rappel / slide até a área de busca. Se a busca for por uma vítima de afogamento, o treinador e o cão chegam de barco até a área.
Uma vez no cenário da busca, a obediência do cão é totalmente testada. As distracções estão em toda parte: pessoas e cães procurando, membros da família histéricos, repórteres, holofotes, megafones. O líder da unidade de busca e resgate está no comando, informando a autoridade legal ou a autoridade da busca no cenário.Numa busca longa, um grupo de busca e resgate estabelece um acampamento-base completo com comunicações de rádio, áreas de descanso e conselheiros de busca. O líder da busca e resgate indica a cada equipa de cão/treinador um local para ser vasculhado. Se o cão mostrar interesse por um local particular mas não der um alerta completo, o treinador anota a localização. Se o cão der um alerta completo, todos se mobilizam. Numa busca na água, os mergulhadores saltam para a água. Numa busca de avalanche, todas as mãos disponíveis cavam na neve. Numa busca em área ampla e desabitada, as pessoas podem trabalhar para retirar as pedras do caminho de uma abertura de caverna para encontrar o que pode ser uma pessoa praticante de caminhada desaparecida. Enquanto isso está acontecer ou imediatamente depois, o cão e seu treinador afastam-se um pouco e brincam com a recompensa da preferência do cão, para que o cão saiba que ele ganhou o jogo.

Mesmo se a pessoa desaparecida é encontrada morta, e a família está presente, o treinador discretamente brinca com o cão. Enquanto a busca e resgate permanecer um jogo, o cão fará o seu trabalho alegremente.

Esta é na sua essência a maneira como trabalham as equipas de busca e salvamento do Grupo Operacional Cinotécnico da Polícia de Segurança Pública.

As regras e métodos de treino do GOC são em tudo semelhantes aos da unidade K9 do Colorado ou como tantas outras espalhadas pelo mundo, pois estão devidamente comprovados os resultados obtidos pelos cães treinados deste modo.


Fontes


• "Avalanche Training Overview." (Visão Geral do Treinamento em Avalanche) Comdens.com.

http://www.comdens.com/SAR/avitrn-overview.html

• K-9 Search and Rescue Team, Inc.

(Equipe de Busca e Resgate K-9) http://www.k9team.org/

• "SAR Dog Fact Sheet." (Dados Técnicos sobre Cães de Busca e Resgate) NASAR.

http://www.nasar.org/nasar/sar_dog_fact_sheet.php

• "Search and Rescue Dogs." (Cães de Busca e Resgate) Cães Trabalhadores.

http://www.workingdogs.com/doc0163.htm

• "What do Search Dogs Do?" (O que os Cães de Busca Fazem?) National Search and Rescue Dog Association.

(Associação Nacional de Busca e Resgate) http://www.nsarda.org.uk/what_do.shtml

terça-feira, 13 de julho de 2010

Curiosidades sobre cães

Algumas curiosidades sobre os nossos melhores amigos


•A maior ninhada ocorreu em 1944 quando uma American Foxhound teve 24 filhotes.

 
•Dar chocolates aos cães pode ser fatal para eles. Um ingrediente do chocolate, a teobromina, estimula o sistema nervoso central e o músculo cardíaco. Cerca de 1 kg de chocolate com leite, ou 146 gramas de chocolate puro podem matar um cão de 22 kg.

 
•Dois cães sobreviveram ao naufrágio do Titanic. Escaparam nos primeiros botes salva-vidas, que levavam tão poucas pessoas que ninguém se importou que eles estivessem ali.


•Já não existem mais Huskies Siberianos na Sibéria.


•O olfato dos cães é um dos melhores da natureza. Se as membranas situadas no nariz dos cães fossem estendidas, elas seriam maiores que o próprio cão.

•Os cães de guarda são mais suscetíveis a atacar um estranho a correr, do que um que esteja parado.

 
•Os cães selvagens que vivem em matilhas na Austrália são chamados Dingos.

 
•Os cães têm cerca de 100 expressões faciais, a maior parte delas é feita com as orelhas.

 
•Os cães veem cores, mas não tão nitidamente como os humanos.

 
•Os estadunidenses gastam mais dinheiro em alimentos para cães do que para humanos.


•Quando os cães têm dor de barriga, comem erva para vomitar.


•Se um cão mantém o rabo erguido, é sinal de dominação.