quarta-feira, 22 de março de 2017

lagarta do pinheiro

A lagarta do Pinheiro (Processionária), é um problema que aparece muito frequentemente todos os anos.
É importante alertar os donos para esta situação antes da fase "perigosa" que está prestes a começar. 
Anexo um breve resumo, elaborado pelos colegas da VeteSet, onde poderá ler todo a a informação relevante desta patologia.

"O que é a Lagarta do Pinheiro?
A lagarta do pinheiro, também conhecida como processionária (nome científico Thaumetopoea pityocampa), é um inseto desfolhador de pinheiros e cedros. É uma praga florestal importante porque leva a um enfraquecimento da árvore e, consoante o grau de ataque, poderá causar-lhe mesmo a morte. Além de provocar danos nas árvores, pode também originar graves problemas de saúde pública, pelo perigo das reações alérgicas que provoca.
Onde se encontram estas Lagartas?
É uma espécie mediterrânea que se distribui pela Península Ibérica e se estende até à  Turquia e ao Norte de África. Encontra-se muito vulgarmente em Portugal.
Porque são tão perigosas estas Lagartas?
Estas lagartas possuem pelos urticantes que provocam reações alérgicas na pele, olhos e no sistema respiratório. Os pelos funcionam como finas agulhas através das quais uma substância tóxica (a taumatopoína) é injetada na pele ou nas mucosas. Os pelos podem ser levados pelo vento, não sendo, por isso, fundamental um contacto direto entre a lagarta e o animal/homem para que este seja afetado.
Quais são os sinais principais do contacto com a Lagarta?
Os cães, curiosos por natureza, ao cheirarem ou lamberem as lagartas, são vítimas, sendo afetados principalmente na língua, boca ou nos olhos. Os sinais clínicos e lesões da doença têm um caráter evolutivo. Inicialmente o cão baba-se, tenta coçar o nariz/boca, fica ofegante e a língua e a boca começam a ficar inchadas. Se o animal não for assistido de imediato as dificuldades respiratórias acentuam-se, a língua fica cada vez mais inchada, deixa de haver circulação sanguínea na língua e esta pode mesmo necrosar (necrose = morte dos tecidos) e cair. Em casos mais graves o animal pode morrer. Nos olhos é comum a ocorrência de úlceras de córnea, com graus variados de gravidade.
No Homem as reações podem ser igualmente graves, incluindo reações alérgicas na pele, olhos e no sistema respiratório.
O que deve fazer em caso de o seu cão contactar com a Lagarta do Pinheiro:
Deve procurar de imediato o seu médico veterinário assistente que iniciará o tratamento a fim de limitar os efeitos da substância urticante. As primeiras doze horas após o contacto com a Lagarta são vitais para a recuperação completa do seu animal. Deverá evitar o contacto direto com as zonas afetadas do seu animal. Os proprietários podem apresentar um intenso prurido nas mãos e braços como consequência da manipulação dos animais.
Qual é o seu ciclo de vida?
Geralmente o ciclo de vida completa-se num ano, distinguindo-se duas fases: a aérea, na copa dos pinheiros (onde ocorre a postura e o desenvolvimento larvar), e a subterrânea, no solo (onde ocorre pré-pupação, pupação e desenvolvimento do adulto).
A fase aérea inicia-se em junho e prolonga-se até agosto com a emergência dos adultos (borboleta) e posterior acasalamento. As fêmeas borboletas, depois de fecundadas, procuram as copas dos pinheiros para a postura, construindo aí os primeiros ninhos (ninhos provisórios). O desenvolvimento da Lagarta passa por 5 estádios, e é a partir do 3º estádio que se tornam perigosas para a Saúde Pública. Nesse estádio, as lagartas tecem os ninhos definitivos (ninho de inverno) onde se agrupam um grande número de indivíduos provenientes de várias posturas. A estrutura destes ninhos permite a acumulação do calor necessário à sobrevivência das colónias durante o inverno. As lagartas abandonam os ninhos a partir do crepúsculo para se alimentarem durante a noite, ficando presas por um fio sedoso que lhes permite regressaram ao ninho. É também a partir do 3º estádio que surgem os pelos urticantes (aparelho defensivo das lagartas).
Após atingirem o grau máximo de desenvolvimento larvar (5º estádio), as lagartas abandonam os ninhos e iniciam a procissão, para se enterrarem no solo a alguns centímetros de profundidade (15- 20 cm), e passarem à fase seguinte. É a passagem da fase aérea à fase subterrânea que se verifica entre fevereiro e maio. A procissão de enterro é geralmente encabeçada por uma fêmea. A procissão pode prolongar-se durante vários dias de acordo com as condições atmosféricas. No solo, a lagarta desenvolve-se em pupa (ou crisálida) e no verão emergem os insetos adultos - borboleta - completando assim o seu ciclo de vida.


Qual é a altura do ano em que existe maior risco de contacto com a Lagarta do Pinheiro?
A intoxicação por contacto com esta espécie assume um caráter sazonal, estando dependente do clima da região. Verifica-se uma maior percentagem de casos durante os meses de fevereiro a maio. O número de casos varia de acordo com os níveis populacionais das lagartas, que são fortemente influenciados pelas condições climatéricas.
O que deve fazer para evitar o contacto com a Lagarta do Pinheiro
A destruição mecânica das lagartas é o único método de combater esta praga. Assim, se possuir pinheiros tome atenção às seguintes recomendações:
· À volta das árvores pode-se colocar umas cintas de papel ou plástico embebido nas duas
faces com cola (inodora à base de poli-isolbutadieno) para que as lagartas ao descerem do
tronco fiquem aí coladas;
· No solo, tentar juntar as lagartas, com um utensílio, cuidadosamente de modo a que não se levantem pelos urticantes, e queimá-las ou esmagá-las de seguida;
· Se se identificarem os locais de enterro deve-se cavar o solo de modo a expor as pupas já formadas (ou até mesmo as lagartas que ainda não se formaram);
· Na fase de larva, especialmente antes do 3º estádio, as processionárias são sensíveis a
inseticidas (químicos ou biológicos). As fumigações também são eficazes;
· Os ninhos podem destruir-se com injeções de petróleo ou de insecticidas, ou por
queimadas.
· Durante a fase de procissão das larvas (meses de fevereiro a maio) deve impedir-se que os cães tenham livre acesso aos pinhais onde existam ninhos de processionárias. ©


MVET - Clínica Veterinária 
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