Vários estudos têm analisado esta relação de
amizade e têm comprovado os muitos pontos positivos para a saúde física e
psicológica dos seus donos
Num estudo , publicado no “Journal of Physical Activity and Health”, foram analisados
dados de uma grande pesquisa realizada nos EUA, em 2005, a qual entrevistou
mais de seis mil pessoas sobre factores comportamentais de risco.
Desse total,
41% dos participantes tinham um cão e, dentre estes, quase dois terços
relataram que levavam o animal a passear durante, pelo menos, 10 minutos.
No total, os donos de cães
mostraram-se 69% mais propensos a realizar actividades físicas nas horas de
lazer. E também apresentaram uma probabilidade 34% maior de cumprirem os 150
minutos semanais de exercícios moderados ou vigorosos, recomendados pelos
órgãos de saúde. “O cão pode ser um excelente motivador para actividades
físicas. As pessoas que levam o cão a passear acabam por andar mais, cerca de
uma hora a mais do que os 150 minutos semanais recomendados”, afirmou o autor
do estudo, Mathew Reeves, professor de epidemiologia da Michigan State
University, EUA, em comunicado enviado à imprensa.
À partida, quem tem cão terá uma
probabilidade menor de sofrer de obesidade, mas não só.
Num desses trabalhos,
realizado por uma equipa de investigadores australianos foi verificado que os
donos de animais apresentavam a pressão arterial e os níveis de colesterol mais
baixos – independentemente de factores como tabagismo, dieta, índice de massa
corporal ou rendimento.
Além destes benefícios para a saúde
física, outros estudos têm documentado cientificamente benefícios para a saúde
mental, tais como uma diminuição da frequência cardíaca, redução dos
sentimentos de abandono e de desesperança, um maior optimismo e uma menor
tendência para a depressão.
A constatar a importância dos animais
para a saúde emocional, uma investigação recente analisou os benefícios da
terapia com animais de estimação, ao ajudarem na recuperação de doentes
submetidos a cirurgias.
Nesse estudo, da Universidade Loyola, nos EUA, os
cientistas verificaram que os pacientes submetidos a cirurgia de substituição
total da articulação, aqueles que efectuavam terapia com cães treinados
necessitavam 50% menos medicamentos para a dor, comparados àqueles que não
participaram na terapia.
Além destes benefícios, a ciência tem
vindo a aproveitar as potencialidades dos cães para ajudar a diagnosticar
certas doenças, incluindo certos tipos de cancro.
Um trabalho publicado em
Janeiro no site da revista médica “British Medical Journal" (BMJ) dá conta
de uma experiência realizada com a ajuda de um labrador treinado, que durante
vários meses efectuou testes de olfacto entre os quais o de farejar amostras de
fezes dos participantes, com o intuito de despistar cancro do cólon.
Dos voluntários, 48 pessoas tinham sido diagnosticadas com cancro do intestino e 258 voluntários não tinham a doença.
Contudo, uma em cada 10 apresentava
problemas intestinais, como doença inflamatória do intestino, úlceras,
diverticulite e apendicite.
Segundo os autores do estudo, o cão
conseguiu identificar a presença de tumor com 95% de precisão, o que é bastante
relevante, já que as tradicionais e dolorosas colonoscopias convencionais
apresentam um grau de precisão de 98%.
Neste capítulo referente ao
diagnóstico de doenças, numa outra investigação, desta vez realizada com
diabéticos, os cientistas verificaram que 65% dos doentes disseram que os seus
cães, treinados para o efeito, manifestavam uma reacção comportamental, tal
como ladrar ou choramingar, quando os donos sofriam as perigosas baixas de
açúcar no sangue - hipoglicemia -, levando o dono a procurar ajuda médica.
Por tudo isto, não é de estranhar que
o cão seja considerado “o melhor amigo do homem”. E se no início da
domesticação, o cão ajudava o homem na caça e na segurança das tribos, tendo em
troca alimento e abrigo; a relação cresceu de tal modo que leva muitos
especialistas a afirmar não existir registo de amizade tão forte e duradoura
entre espécies distintas.
Está mais do que comprovado
que cães são ótimos companheiros para crianças: podem
ajudá-las a desenvolver maior habilidade nas relações sociais, além de
responsabilidade e respeito ao próximo. Agora, os pais têm mais uma razão para
ceder aos encantos caninos.
Uma pesquisa feita pelo
Instituto de Epidemiologia do Helmholtz Centre, em Munique (Alemanha), sugere
que, durante a infância, a exposição a bactérias contidas na pelagem dos
cachorros pode
estimular o desenvolvimento do sistema imunológico e evitar
futuros problemas respiratórios como asma,
rinite alérgica e eczemas.
Os cientistas acreditam que a
imunidade deve aparecer somente quando as crianças estiverem mais velhas, pois,
embora os seus exames de sangue tenham mostrado menor risco de desenvolver
alergia, elas apresentaram tantos problemas respiratórios durante o estudo
quanto crianças que não tinham cães.
ABAADV – Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual - Escola de Cães Guia para Cegos
ÂNIMAS – Associação Portuguesa para a Intervenção com Animais de Ajuda Social
AAICA – Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes
APCA – Associação Portuguesa de Cães de Assistência
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