segunda-feira, 14 de junho de 2021

 CÃO LOBO TCHECOSLOVACO 


BREVE RESUMO HISTÓRICO: No ano de 1955, foi realizada na CSSR (atual Tchecoslováquia), uma experiência biológica, onde se cruzou um cão da raça Pastor Alemão com uma loba da Carpátia. Este tipo de experiência demonstrou que era possível obter e criar uma descendência tanto pelo cruzamento de um cão com uma loba, quanto de um lobo com uma fêmea canina. A maioria dos produtos destes acasalamentos possuía as aptidões genéticas necessárias para a continuação da criação. Em 1965, após o término das experiências, elaborou-se um plano de criação sistemática desta nova raça, que deveria unir as características do lobo com as qualidades favoráveis do cão. Em 1982, por meio do Comitê Geral dos Criadores Associados da CSSR daquela época, o Cão Lobo Tchecoslovaco foi reconhecido como raça nacional. 

APARÊNCIA GERAL: De constituição robusta, com tamanho maior do que o médio e o corpo com formato retangular. Pela sua construção, movimentação, textura e cor do pelo e máscara, é parecido com um lobo. 

 COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: Vivo, ativo, resistente, dócil com reações rápidas. Destemido e corajoso. Desconfiado. Demonstra uma excepcional fidelidade para com o seu dono. Resistente às intempéries. Cão de utilidade versátil. 

CABEÇA: Simétrica, bem musculosa. Vista de perfil ou por cima, em forma de cunha truncada. Características sexuais bem definidas.

 REGIÃO CRANIANA Crânio: Visto de frente e de perfil, a testa é ligeiramente arqueada. Não apresenta um sulco frontal marcado. Protuberância occipital claramente visível. Stop: Moderado

REGIÃO FACIAL Trufa: De forma oval; preta. Focinho: Seco, não largo; cana nasal reta. Lábios: Bem aderentes. Comissura labial fechada. As bordas dos lábios são pretas. Maxilares / Dentes: Maxilares fortes e simétricos. Dentes bem desenvolvidos, especialmente os caninos. Mordedura em tesoura ou pinça, com 42 dentes, de acordo com a fórmula dentária. Dentição regular. Bochechas: Secas, suficientemente musculosas, não sobressaindo marcadamente. Olhos: Pequenos, oblíquos, de cor âmbar. Pálpebras bem aderentes. Orelhas: Eretas, finas, triangulares, curtas (não ultrapassando 1/6 da altura na cernelha); o ponto mais lateral da inserção da orelha e o ângulo externo do olho estão em uma linha reta. Uma linha vertical imaginária desde a ponta da orelha para baixo, tocaria de leve, ao passar, a borda lateral da cabeça. 

PESCOÇO: Seco, bem musculoso. Em repouso, forma um ângulo de até 40º com a horizontal. Deve ser suficientemente longo para que a trufa alcance o solo sem esforço. 

TRONCO Linha superior: Harmoniosamente fundida do pescoço ao tronco. Ligeiramente inclinada. Cernelha: Bem musculosa e pronunciada, porém, não a ponto de interferir na harmonia da linha superior. Dorso: Firme e reto. Lombo: Curto, bem musculoso, sem ser largo e ligeiramente inclinado. Garupa: Curta, bem musculosa, sem ser larga e ligeiramente inclinada. Peito: Simétrico, bem musculoso, amplo, em forma de pêra e estreitando-se em direção ao esterno. Sua profundidade não deve alcançar os cotovelos. A ponta do esterno não se estende além da articulação do ombro. Linha inferior e Ventre: Abdome ligeiramente esgalgado com flancos levemente encolhidos.

 CAUDA: Inserida alta, pendente reta com o cão em repouso. Quando em ação, geralmente elevada e portada em forma de foice. 

MEMBROS ANTERIORES: Retos, fortes, secos e próximos entre si, com patas ligeiramente voltadas para fora. Ombros: Escápulas estão posicionadas bem para frente, bastante musculosas. Formam um ângulo de aproximadamente 65º com a horizontal. Braços: Fortemente musculosos, formam com as escápulas um ângulo de 120° a 130º. Cotovelos: Aderentes ao corpo, não virados nem para dentro nem para fora, bem definidos e flexíveis. O braço e o antebraço formam entre si, um ângulo de aproximadamente 150º. Antebraços: Longos, secos e retos. O comprimento do antebraço e do metacarpo é de 55% da altura na cernelha. Carpos: Sólidos, flexíveis. Metacarpos: Longos, formam um ângulo de pelo menos 75º com o solo. Movimento ligeiramente elástico. Patas: Largas, ligeiramente voltadas para fora. Longos dedos arqueados e fortes; unhas pretas. Almofadas bem definidas, elásticas e pretas. 

POSTERIORES: Poderosos e paralelos. Uma linha vertical imaginária, partindo da ponta do ísquio, passaria pelo meio dos jarretes. Os ergôs são indesejáveis e devem ser retirados. Coxas: Longas, bem musculosas. Formam um ângulo de 80º com a pelve. A articulação coxo-femoral é vigorosa e flexível. Joelhos: Fortes e flexíveis  

Pernas: Longas, secas, bem musculosas. Formam um ângulo de 130º com os jarretes. Articulação dos jarretes: Secas, sólidas e flexíveis. Jarretes: Longos, secos. Quase verticais ao solo. Patas: Longas, dedos arqueados com fortes unhas pretas.

MOVIMENTAÇÃO: Harmoniosa, ágil, cobrindo bem o solo com o movimento das patas o mais próximo possível do solo. A cabeça e o pescoço inclinam-se para a horizontal. Anda em passo de camelo. PELE: Elástica, firme, sem dobras; não pigmentada.

 PELAGEM Pelo: Reto e bem assentado. As pelagens de inverno e a de verão são bem distintas. No inverno predomina um imenso subpelo e junto com o pelo de cobertura, forma uma grossa pelagem sobre todo o corpo. É necessário que o pelo cubra o ventre, a face interna dos membros, o escroto, a parte interna das orelhas e as áreas entre os dedos. Pescoço bem coberto por pelos. COR: Do cinza-amarelado ao cinza-prateado com uma máscara clara característica. Pelos claros também na base do pescoço e no antepeito. A cor cinza escuro com máscara clara é permitida. 

TAMANHO / PESO Altura na cernelha: Machos, pelo menos: 65cm. Fêmeas, pelo menos: 60cm. Peso: Machos, pelo menos: 26kg. Fêmeas, pelo menos: 20kg. 





quarta-feira, 12 de maio de 2021

Cão Lobo Checoslovaco

 


Olá leitores

Vou iniciar uma nova aventura na companhia de uma cachorra de raça Cão-Lobo-Checoslovaco.

Irá fazer-me companhia a partir de junho, uma cachorra nascida a 31 de março e oriunda de uma criadora do norte do país, e que deixo aqui o link para a sua página.

https://www.facebook.com/Lobos-do-Reino-de-Aesir-109262934537229/photos/?ref=page_internal 

Todas as fotos que irei postar aqui, serão da minha futura companheira e agora no início, também dos pais, ( 1ª foto), e posteriormente irei fazendo os relatos do seu crescimento.


Mas agora, para quem não se encontra familiarizado com a raça, vou aqui falar um pouco sobre ela:

O cão-lobo-checoslovaco é uma raça canina híbrida originária da antiga Checoslováquia. Considerada relativamente nova, a raça surgiu a partir de 1955 do cruzamento entre um pastor-alemão e uma loba da cordilheira dos Cárpatos. 

                                                   Nome científicoCanis lupus familiaris

Expectativa de vidade 13 a 16 anos

PersonalidadeSociável, Destemido, Vivaz, Rápido, Ativo, Corajoso

PesoMacho: 26 kg (Adulto), Fêmea: 20 kg (Adulto)

OrigemChecoslováquiaEslováquia

CoresCinzento, Yellow-gray, Cinza-prata

País - República Checa

Grupo - Grupo 1 da FCI, Serviço de Ações da Fundação AKC

Esperança média de vida - 12–16 anos

 

Nesta foto a minha futura companhia de nome Gyda do Reino de Aesir em homenagem a série televisiva Vikings, nascida a 31 de março de 2021.
O Cão Lobo Checoslovaco está a ganhar popularidade como cão de companhia, contribuindo para isso a sua necessidade gregária.

Cada vez mais pessoas ganham entusiasmo em ter por companhia um “lobo” que o considera como presença fundamental no seu raio de visão. O companheirismo e cumplicidade que demonstram ao longo da vida torna-os a “sombra” dos donos. 


Desenvolve uma relação social muito forte não apenas com o seu dono, mas com toda a família. Inclusivamente admitem a posição privilegiada das crianças e deixam-nas, tal como aos cachorros, fazer determinadas ações que não permitiriam a adultos ou outros cães.

É muito brincalhão e emotivo. Tem a capacidade de passar da mais profunda sonolência a um estado lúdico explosivo num piscar de olhos. Por outro lado, também aprecia momentos de descanso ao lado da família, mesmo nas noites de Inverno, quando o calor da lareira os incomoda, eles irão manter-se junto dos donos tal é a sua dependência do grupo.


É muito dependente da nossa companhia e comando. Um Cão Lobo Checoslovaco sem um líder fica perdido e confuso. Necessita de liderança e companheirismo. Sendo assim, é fundamental conhecer a sua linguagem e ter uma atitude assertiva. Devemos ter alguma experiência com cães. Precisa de se sentir integrado num grupo organizado com um líder válido à sua frente.

Para eles a solidão é o pior castigo. Nas famílias onde todas as pessoas saiam de casa em simultâneo é fundamental existir outro cão com o qual possa interagir. A solidão perturba-os ao extremo e pode levá-los à “ansiedade por separação”.



Alegre, muito ativo, alerta, versátil, extremamente dócil com os donos, de reflexos silvestres e muito gregário. O Cão Lobo Checoslovaco tenta reunir a capacidade de trabalho do Cão de Pastor Alemão com a adaptabilidade, capacidade de funcionar de forma organizada num grupo e respeito pela hierarquia do lobo (ambos seus antepassados). A mística do seu comportamento iguala a do seu aspecto.

Muito mais havia a dizer, mas para já ficarei por aqui com uma prenda enviada pela criadora, esta bela foto da Gyda do Reino de Aesir, com o cachecol do novo campeão nacional. :)

Até á próxima.



 


 

 

 “O Cão Lobo Checoslovaco é desde 13 de junho de 1989, quando foi internacionalmente declarado pela sessão plenária da Federação Cinológica Internacional (FCI) em Helsínquia, a nossa mais recente raça nacional.”

https://dogs-ptmagazine.com/2019/01/09/o-cao-lobo-checoslovaco-na-primeira-pessoa/  


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

10 dicas para eliminar o stress no seu cão.

 Car@s seguidores do meu blog, após uma longa ausência, regresso com mais uns artigos que possam ajudar que tem ao seu cuidado um amigo de quatro patas, então vamos lá a ver se consigo vir a publicar com mais frequência :)

Estes artigo, aplica-se hoje em dia com a pandemia que está a ocorrer a nível mundial e o confinamento a que somos obrigados, entramos nós e os nossos animais em stress. 

Após ter participado hoje no workshop organizado pela Purina, deixo-vos aqui algumas dicas.


Os cães podem ter vários problemas comportamentais diferentes, desde agressão a ansiedade de separação. Assim como os seres humanos, os caninos geralmente sofrem do stress diário que pode levar a faze-los agir com sem controle! 

Embora os humanos disponham de raciocínio para tentar controlar o stress, os cães, por serem irracionais não conseguem discernir o que pode ajuda-los. 

Assim, têm que ser os donos a encontrar métodos para ajuda-los a lidar com o stress.  


Aqui têm 10 formas de ajudar a eliminar o stress no teu cão: 

1.     Fazer exercícios regulares e diários: caminhar, brincar, ir ao parque de cães, nadar em qualquer forma de atividade física não apenas reduzirá o nível de stress diário do seu cão, mas também o ajudará a viver uma vida mais longa e saudável; 

2.     O estímulo mental: é tão eficaz quanto o exercício físico e os dois também podem ser combinados. Pense nos diferentes tipos de brinquedos disponíveis que incentivam um cão a trabalhar por um petisco ou recompensa. 

3.     Treinar em caixas de transporte ou em casotas para cães: esta é uma ótima prática, especialmente quando se trata de transportar com segurança o seu animal de estimação, mas também fornece-lhes um porto seguro. Assim como um esconderijo para lobos em estado selvagem, esse espaço para cães faz com que se sintam confortáveis no seu próprio espaço em casa; 

4.     Dogya (pratica de yoga com cães): esta é uma pratica, relativamente recente, mas muito popular já em muitos países. Quando nós, humanos, convidamos os nossos cães a unirem a essa prática antiga, poses calmantes combinadas com técnicas suaves de massagem e alongamento, fazem maravilhas para os mestres e seus amigos de quatro patas; 

5.     Cobertores de segurança, guloseimas especializadas e brinquedos pessoais: proporcionam conforto para animais de estimação stressados. Tente usar objetos que já contenham o cheiro do dono, talvez uma toalha ou cobertor, o que fará com que os cães se sintam ainda mais seguros; 

6.     Música clássica ou algum ruído calmante de fundo: enquanto estamos fora de casa, esses tons relaxantes podem proporcionar conforto durante a nossa ausência. Alguns donos de animais simplesmente deixam a televisão ligada para alguma companhia do animal, enquanto estão fora de casa; 

    7.     Atitude é tudo: se o seu cão ficar stressado ou ansioso, mantenha a calma. Os cães percebem as nossas emoções e, se ficarmos chateados com eles, eles simplesmente continuarão o comportamento. Além disso, evite a tentação de lhe dar uma guloseima ou comida para acalma-lo no momento do stress, porque rapidamente associam o comportamento de estar “assustado” com uma recompensa de algum tipo; 

8.     Dessensibilizar o cão ao gatilho do stress: em alguns casos, é possível ajudar o cão a deixar de sentir stress. Por exemplo, se o seu cão reage negativamente a outros caninos, seria bom começar por colocá-lo junto de outros cães menores e menos intimidadores, especialmente fêmeas menos ameaçadoras, num ambiente seguro e controlado por si; 

9.     Colocar um cobertor no seu cão e ficar com ele ao colo: o tempo que vai ficar com ele assim terá resultados muito positivos no futuro. Para o seu pet, saber que o dono está com ele, numa determinada hora especifica do dia, é tremendamente reconfortante e pode reduzir o stress em geral; 

10. Não dê sinal que chegou nem que vai sair: quando saímos de casa e nos despedimos do nosso cão estamos a criar stress e ansiedade nele. O melhor é sair sem despedir-se, nem fazer “festas”. E o mesmo quando estamos a chegar a casa. O ideal é desvalorizar a situação e agir normalmente. Desse modo o cão vai ficar calmo e relaxado. 



espero que estas dicas vos ajudem um pouco a relaxar o stress nos vossos amigos de 4 patas. Até á próxima.




terça-feira, 3 de abril de 2018

LEISHMANIOSE













O que é a Leishmaniose?

Designa-se “leishmaniose” à infeção por parasitas microscópicos do género Leishmania. A doença humana está presente em 88 países das regiões tropicais e subtropicais do planeta, incluindo Portugal. Apesar de algumas espécies de Leishmania serem responsáveis por doença grave nos humanos, na Bacia Mediterrânica a infeção é causada por Leishmania infantum e apenas se reveste de gravidade em crianças com idade inferior a 5 anos e adultos imunocomprometidos. Os adultos habitualmente saudáveis só desenvolvem doença em situações excecionais.
A leishmaniose canina é uma das principais zoonoses (ou seja, doenças transmitidas entre o Homem e os animais) a nível global. A infeção por Leishmania infantum pode causar doença grave, e frequentemente fatal, no cão. A doença canina está presente em mais de 70 países da Europa Meridional, África, Ásia e América Central e do Sul. Apenas em Itália, Espanha, França e Portugal estimam-se em 2,5 milhões o número de cães infetados. Na Península de Setúbal, 5 a 10% dos cães estão infetados por este parasita.

Como se transmite a Leishmaniose?

A doença é transmitida entre cães e o Homem através da picada dum pequeno inseto voador. São conhecidas outras formas de transmissão (ex. venérea ou por transfusão sanguínea), mas que têm um impacto muito reduzido nas áreas onde a leishmaniose canina está estabelecida. Apesar de os autores de língua inglesa designarem o inseto transmissor de leishmaniose de “sand fly” (mosca da areia), em rigor não se trata duma mosca, nem de um mosquito. A designação correta em português para este inseto é de flebótomo. Os flebótomos são pequenos insetos (com 2 a 3 mm de tamanho), com atividade crepuscular e noturna. Estão ativos desde o início da primavera ao final do outono. Preferem temperaturas entre os 15 e os 28ºC e ambientes húmidos, sem vento nem chuva. Podem voar distâncias de 200 m a 2,5km e entrar nas habitações, atraídos pela luz artificial. Só as fêmeas se alimentam de sangue. Das cinco espécies de flebótomo existentes em Portugal, apenas duas transmitem leishmaniose (Phlebotomus perniciosus e Phlebotomus ariasi). 

Corro maior risco de contrair a doença se possuir um cão com Leishmaniose?

Os estudos realizados na nossa região determinam que não. A doença nunca se transmite diretamente entre o cão e o Homem. É sempre necessária a picada do inseto, e são necessários 10 dias desde que este pica um animal doente até poder transmitir a doença.

Que cães podem contrair Leishmaniose?






























Todos os cães que habitem ou viajem para regiões onde exista a doença. Embora esteja descrita uma maior suscetibilidade à doença para cães de raça Boxer, Cocker Spaniel, Rottweiler e Pastor Alemão, qualquer cão pode contrair a doença, mesmo os de raça indeterminada. A idade poderá constituir um fator importante, observando-se maior número de casos de doença em cães com idade inferior a 3 anos e aqueles com mais de 8 anos de idade.

Quais são os sinais clínicos de Leishmaniose canina?

Os sinais clínicos desta doença são extremamente variados. Desde a picada dum inseto infetado até ao desenvolvimento de doença, podem passar entre 3 meses e 7 anos. Calcula-se que cerca de metade dos cães infetados nunca chegue a desenvolver doença clínica. São conhecidas duas formas da doença:
- Leishmaniose cutânea, caracterizada pela presença de feridas na pele (a nível do bordo dos
pavilhões auriculares e proeminências ósseas), descamação, falhas na pelagem e
crescimento exagerado das unhas;
- Leishmaniose visceral, caracterizada por aumento generalizado dos gânglios linfáticos,
insuficiência renal e falência hepática. Em alguns casos, pode haver envolvimento de outros órgãos (coração, trato digestivo, articulações).
Muitos cães com leishmaniose acabam por apresentar, simultaneamente, sinais de natureza visceral e cutânea.

Como se diagnostica a doença?

São numerosas as provas laboratoriais disponíveis para o diagnóstico desta doença. O Médico Veterinário é a pessoa habilitada para decidir aquela que melhor se aplica a cada situação. A pesquisa da infeção pode estar indicada mesmo em cães sem sinais clínicos, uma vez que os cães infetados podem permanecer assintomáticos durante longos períodos de tempo. Mesmo sem sintomas, os cães com infeção por Leishmania infantum podem transmitir o parasita ao inseto.

Existe cura para a leishmaniose canina?

Até a data, não. A leishmaniose canina é uma doença crónica e os cães permanecem infetados durante toda a vida. Existe tratamento, que visa controlar as lesões associadas à parasitose, melhorar a qualidade de vida do paciente e impedir que ele transmita a doença ao inseto (e, através deste, a outros cães e pessoas). Muitos cães necessitam ser medicados durante toda a vida. Os cães com leishmaniose necessitam ser submetidos a análises frequentes, para monitorizar o seu estado geral e o curso da infeção, porque as recaídas após o tratamento são muito frequentes.

Como posso prevenir a transmissão de Leishmaniose ao meu cão?

Em maio de 2011 foi lançada, em Portugal, uma vacina contra a leishmaniose canina, que previne o desenvolvimento de doença clínica. A aplicação desta vacina carece dum despiste prévio da infeção e deverá ser efetuada mediante a recomendação do Médico Veterinário. Para todos os cães que habitem em regiões onde se processe a transmissão da doença (mesmo nos que se encontram vacinados), é importante instituir medidas que visem prevenir a transmissão através da picada do inseto. Assim, para a nossa região recomenda-se:
 Abrigar os cães no interior, entre o anoitecer e o amanhecer, nos meses de atividade do inseto (de março a outubro);
 Aplicar inseticidas no ambiente;
 Aplicar inseticidas patenteados para este efeito, no cão (existem no mercado coleiras e pipetas com atividade comprovada para este fim. Informe-se junto do Médico Veterinário).
É, também, importante que os donos estejam atentos ao desenvolvimento de sinais clínicos suspeitos da doença. Sempre que possível, está indicada a realização de despistes de leishmaniose canina, anualmente. 


fonte: http://www.vetsete.com/pt/

quarta-feira, 22 de março de 2017

lagarta do pinheiro

A lagarta do Pinheiro (Processionária), é um problema que aparece muito frequentemente todos os anos.
É importante alertar os donos para esta situação antes da fase "perigosa" que está prestes a começar. 
Anexo um breve resumo, elaborado pelos colegas da VeteSet, onde poderá ler todo a a informação relevante desta patologia.

"O que é a Lagarta do Pinheiro?
A lagarta do pinheiro, também conhecida como processionária (nome científico Thaumetopoea pityocampa), é um inseto desfolhador de pinheiros e cedros. É uma praga florestal importante porque leva a um enfraquecimento da árvore e, consoante o grau de ataque, poderá causar-lhe mesmo a morte. Além de provocar danos nas árvores, pode também originar graves problemas de saúde pública, pelo perigo das reações alérgicas que provoca.
Onde se encontram estas Lagartas?
É uma espécie mediterrânea que se distribui pela Península Ibérica e se estende até à  Turquia e ao Norte de África. Encontra-se muito vulgarmente em Portugal.
Porque são tão perigosas estas Lagartas?
Estas lagartas possuem pelos urticantes que provocam reações alérgicas na pele, olhos e no sistema respiratório. Os pelos funcionam como finas agulhas através das quais uma substância tóxica (a taumatopoína) é injetada na pele ou nas mucosas. Os pelos podem ser levados pelo vento, não sendo, por isso, fundamental um contacto direto entre a lagarta e o animal/homem para que este seja afetado.
Quais são os sinais principais do contacto com a Lagarta?
Os cães, curiosos por natureza, ao cheirarem ou lamberem as lagartas, são vítimas, sendo afetados principalmente na língua, boca ou nos olhos. Os sinais clínicos e lesões da doença têm um caráter evolutivo. Inicialmente o cão baba-se, tenta coçar o nariz/boca, fica ofegante e a língua e a boca começam a ficar inchadas. Se o animal não for assistido de imediato as dificuldades respiratórias acentuam-se, a língua fica cada vez mais inchada, deixa de haver circulação sanguínea na língua e esta pode mesmo necrosar (necrose = morte dos tecidos) e cair. Em casos mais graves o animal pode morrer. Nos olhos é comum a ocorrência de úlceras de córnea, com graus variados de gravidade.
No Homem as reações podem ser igualmente graves, incluindo reações alérgicas na pele, olhos e no sistema respiratório.
O que deve fazer em caso de o seu cão contactar com a Lagarta do Pinheiro:
Deve procurar de imediato o seu médico veterinário assistente que iniciará o tratamento a fim de limitar os efeitos da substância urticante. As primeiras doze horas após o contacto com a Lagarta são vitais para a recuperação completa do seu animal. Deverá evitar o contacto direto com as zonas afetadas do seu animal. Os proprietários podem apresentar um intenso prurido nas mãos e braços como consequência da manipulação dos animais.
Qual é o seu ciclo de vida?
Geralmente o ciclo de vida completa-se num ano, distinguindo-se duas fases: a aérea, na copa dos pinheiros (onde ocorre a postura e o desenvolvimento larvar), e a subterrânea, no solo (onde ocorre pré-pupação, pupação e desenvolvimento do adulto).
A fase aérea inicia-se em junho e prolonga-se até agosto com a emergência dos adultos (borboleta) e posterior acasalamento. As fêmeas borboletas, depois de fecundadas, procuram as copas dos pinheiros para a postura, construindo aí os primeiros ninhos (ninhos provisórios). O desenvolvimento da Lagarta passa por 5 estádios, e é a partir do 3º estádio que se tornam perigosas para a Saúde Pública. Nesse estádio, as lagartas tecem os ninhos definitivos (ninho de inverno) onde se agrupam um grande número de indivíduos provenientes de várias posturas. A estrutura destes ninhos permite a acumulação do calor necessário à sobrevivência das colónias durante o inverno. As lagartas abandonam os ninhos a partir do crepúsculo para se alimentarem durante a noite, ficando presas por um fio sedoso que lhes permite regressaram ao ninho. É também a partir do 3º estádio que surgem os pelos urticantes (aparelho defensivo das lagartas).
Após atingirem o grau máximo de desenvolvimento larvar (5º estádio), as lagartas abandonam os ninhos e iniciam a procissão, para se enterrarem no solo a alguns centímetros de profundidade (15- 20 cm), e passarem à fase seguinte. É a passagem da fase aérea à fase subterrânea que se verifica entre fevereiro e maio. A procissão de enterro é geralmente encabeçada por uma fêmea. A procissão pode prolongar-se durante vários dias de acordo com as condições atmosféricas. No solo, a lagarta desenvolve-se em pupa (ou crisálida) e no verão emergem os insetos adultos - borboleta - completando assim o seu ciclo de vida.


Qual é a altura do ano em que existe maior risco de contacto com a Lagarta do Pinheiro?
A intoxicação por contacto com esta espécie assume um caráter sazonal, estando dependente do clima da região. Verifica-se uma maior percentagem de casos durante os meses de fevereiro a maio. O número de casos varia de acordo com os níveis populacionais das lagartas, que são fortemente influenciados pelas condições climatéricas.
O que deve fazer para evitar o contacto com a Lagarta do Pinheiro
A destruição mecânica das lagartas é o único método de combater esta praga. Assim, se possuir pinheiros tome atenção às seguintes recomendações:
· À volta das árvores pode-se colocar umas cintas de papel ou plástico embebido nas duas
faces com cola (inodora à base de poli-isolbutadieno) para que as lagartas ao descerem do
tronco fiquem aí coladas;
· No solo, tentar juntar as lagartas, com um utensílio, cuidadosamente de modo a que não se levantem pelos urticantes, e queimá-las ou esmagá-las de seguida;
· Se se identificarem os locais de enterro deve-se cavar o solo de modo a expor as pupas já formadas (ou até mesmo as lagartas que ainda não se formaram);
· Na fase de larva, especialmente antes do 3º estádio, as processionárias são sensíveis a
inseticidas (químicos ou biológicos). As fumigações também são eficazes;
· Os ninhos podem destruir-se com injeções de petróleo ou de insecticidas, ou por
queimadas.
· Durante a fase de procissão das larvas (meses de fevereiro a maio) deve impedir-se que os cães tenham livre acesso aos pinhais onde existam ninhos de processionárias. ©


MVET - Clínica Veterinária 
http://www.asuaclinica.pt/




sexta-feira, 6 de maio de 2016

O seu Labrador é inteligente? Sim, mas é sobretudo ganancioso


Os Labradores Retriever são os cães mais populares do mundo e não é difícil perceber porquê – são amigáveis, meigos, companheiros, bonitos e sobretudo, inteligentes. Mas um novo estudo veio mudar tudo aquilo que pensávamos saber acerca da sua inteligência

 Os labradores são os cães mais populares do mundo, apontados como das raças mais inteligentes. Um novo estudo veio agora comprovar que podem não ser os mais inteligentes, mas sim os mais gananciosos. E que a a razão para aprenderem tudo com afinco é, afinal, apenas ânsia por comida. Um estudo publicado no site Cell Metabolismconcluiu que estes animais fazem tudo com um objetivo: serem recompensados com comida no final.
A obesidade canina afeta entre 34% a 59% dos cães em países modernos e os Labradores Retrievers são das raças mais propícias a sofrer desta doença - eles são capazes de comer qualquer coisa a qualquer altura do dia. E a razão para isso pode ser genética.
Após donos de Labradores se queixarem aos veterinários do constante interesse deles em comida, Eleanor Raffan, cirurgiã veterinária e geneticista, e a sua equipa iniciaram um estudo em volta destes animais. “Sempre que há alguma coisa mais comum numa raça do que noutra, nós pensamos que a genética está envolvida” diz Raffan. Começaram por observar um grupo de 15 cães obesos e outro grupo de 18 com o peso ideal e analisaram três genes conhecidos por afetar o peso dos humanos.
A maioria dos Labradores com obesidade apresentou uma mutação no gene POMC que impede que produzam neuropeptídeos responsáveis por parar a fome após uma refeição.
Numa amostra maior, de 310 cães, os investigadores descobriram que nem todos os cães com a mutação genética são obesos e que nem todos os cães obesos possuem essa condição mas, em média, cada labrador afectado pesa 2kg a mais do que um não afectado.
A equipa de investigadores acredita que esta mutação se deve ao facto de estes caninos, originários da costa leste do Canadá, costumarem ser cães de trabalho e precisarem de comer muito para conseguirem efectuar as suas tarefas, cães motivados pela comida eram sempre os preferidos porque eram treinados com mais facilidade. Isto levou a que se reproduzissem cada vez mais e a mutação se espalhasse – mesmo que nos dias de hoje já não existam muitos Labradores de trabalho.
Curiosamente, esta modificação genética foi mais comum nos 81 cães-guia incluídos no estudo, afectando 76% desses cães. “Não tínhamos nenhuma razão inicial para acreditar que os cães de assistência seriam um grupo diferente” diz Eleanor Raffan. “Foi surpreendente. É possível que esses cães sejam mais motivados pela comida e por isso mais prováveis de serem seleccionados para programas de cães de assistência, que historicamente treinam usando comida como recompensa.” Mas Raffan avisa que os resultados podem ser um equívoco. “Ainda não estudámos cachorros e perguntámos se eles são mais prováveis de se classificarem como cães de assistência se tiverem esta mutação”.
O estudo descobriu que a mutação ocorre em 23% dos labradores retrievers baseando-se numa amostra de 411 cães do Reino Unido e dos Estados Unidos da América. Em 38 raças, a eliminação do gene POMC só está presente em Flat Coated Retrievers, raça que está relacionada aos Labradores, e o peso e comportamento foram afectados da mesma maneira.
Raffan comenta que “pode manter um cão com esta mutação magro mas tem que ter muito mais atenção”. Por isso, se o seu Labrador é desses que faz todos os truques e mais alguns em troca de um biscoito no final, tenha cuidado e não se deixe enganar pelo seu olhar querido.

http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2016-05-06-O-seu-Labrador-e-inteligente--Sim-mas-e-sobretudo-ganancioso