domingo, 19 de dezembro de 2010

MONDIORING

Já muita gente deve ter ouvido esta palavra, "Mondioring" e facilmente a associam a provas com cães, mas afinal que provas são essas? e para que serve o mondioring?

O OBJECTIVO DO MONDIORING É SELECIONAR OS CÃES MAIS APTOS FISICA E PSICOLOGICAMENTE PARA REPRODUTORES, BEM COMO AVALIAR AS CAPACIDADES DOS MELHORES TREINADORES.




O MONDIORING DIVIDE-SE em 3 níveis de dificuldade crescente:

Mondioring 1, Mondioring 2 e Mondioring 3.

Em cada prova os cães têm que executar exercícios de Obediência, exercícios de Saltos e exercícios de Provas de Coragem.


1. OBEDIÊNCIA o cão tem de executar os seguintes exercícios: recusa de alimento, andar ao lado sem trela, ficar deitado sobre distracções, executar posições (sentar, deitar, de pé) á distância, ir buscar um objecto variado e trazê-lo ao dono, enviar em frente com chamada ao dono, diferenciação de um objecto entre iguais pelo odor.


GOC-CI-PSP


2. SALTOS o cão tem de efectuar um salto vertical de ida e volta, cuja altura pode ser de 1 metro a 1,20 metros; um salto em comprimento que vai desde os 3 metros até aos 4, e transposição de uma palissada (parede vertical lisa) com altura entre 1,70 metros e 2,30metros.


http://www.ultrak9.com/Desporto.php

3. PROVA DE CORAGEM o cão tem de efectuar os seguintes exercícios: defesa do dono, guarda de objecto, ataque frontal com bastão (cana Bambu), ataque em fuga com disparos, ataque interrompido, ataque com acessórios, ataque com obstáculos, procura e escolta de malfeitor.


foto do autor
QUALIDADES DO CÃO DE MONDIORING


O cão para o Mondioring tem que ser robusto, ter reflexos rápidos, ter uma grande resistência à fadiga e ao calor, forte capacidade de impulsão, possuir uma grande elasticidade, ser psiquicamente capaz de permanecer numa atitude de tranquilidade, apesar das fortes provocações a que é submetido e caso necessário rápidamente passar a um estado de acção em segundos. Necessita igualmente de ter espírito de iniciativa, mesmo perante uma situação desconhecida, para saber quando e como actuar e permanecer indiferente ás provocações de que é alvo.


Para poderem competir nesta modalidade, os exemplares têm que previamente ser considerados APTOS num TESTE DE SOCIABILIDADE, caso mostrem o menor desequilíbrio de carácter, instabilidade ou agressividade, são imediatamente suspensos.

Voltarei ás várias modalidades desportivas com o binómio Homem/cão e falarei sobre o RCI e sobre o Agility bem como outras actividades lúdicas para nós e para os nossos companheiros.
um abraço e Bom natal a todos quantos me visitam por aqui.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ensinar um cão a sentar

 Comando : SENTA
O tempo necessário para que o seu cão domine esta ordem varia em função da sua própria personalidade. Pratique com ele duas vezes ao dia, repetindo o comando três vezes em cada sessão. Assim que começar a perder a sua atenção, pare e tente novamente mais tarde. Comece num ambiente controlado dentro de portas, com a trela e sem distracções.

Passo 1:

Chame a atenção do cão dizendo o seu nome e segure uma recompensa numa das mãos. Com a trela na outra mão, posicione o seu cão para que esteja de frente para si e tenha toda a sua atenção.

Passo 2:

Levante lentamente a mão com a recompensa acima da cabeça do seu cão e ligeiramente para trás da cabeça. Com a sua atenção concentrada nessa mão, ele irá sentar-se naturalmente de forma a não perder a sua mão de vista. Quando o seu cão começar a sentar-se, diga “senta” num tom de voz firme. Repita este procedimento várias vezes.

Passo 3:

Elogie o seu cão acariciando-o. Durante os próximos dias, reduza gradualmente o número de recompensas e substitua-as por muitos incentivos físicos e verbais.



este tipo de treino,"motivação positiva" é de longe o melhor para o animal, pois é agradável e duradouro.


todo este treino é efectuado com base na motivação positiva, ao contrário do que existia há alguns anos, e que infelizmente alguns ditos treinadores de cães que não evoluiram, ainda usam o treino sobre pressão.

um exemplo:

quase toda a gente, quando se lhes pergunta como se ensina um cão a sentar, imediatamente dizem: agarro o cão pela coleira, e empurro as traseiras até ele se sentar, e digo-lhe senta.

então pensem só um pouco, se eu que sou mais forte empurro alguem e o obrigo a sentar-se, ele senta-se, eu sou mais forte ele não tem outra hipótese que não seja sentar-se, mas assim que eu viro costas, ele levanta-se e vai-se embora para bem longe. ( este é o comportamento que o cão também têm) mas se eu disser a alguém, se te sentares dou-te mil euros ( forte motivação positiva) ele senta-se, eu vou-me embora e quando regresso ele ainda ali está á espera da recompensa. A motivação positiva faz isto a um ser humano imaginem o que faz a um cão.

Por isso, hoje em dia o treino positivo é de longe o mais recomendado, com melhores resultados e mais duradouro, agora atenção, quando se inicia pode ser demorado até o animal perceber o que tem que fazer para receber a recompensa, mas isso depende unicamente de cada dono/treinador, ou tem paciência e terá um animal bem treinado ou não tem paciência e então é melhor treinar com um jogo na playstation, pelo menos não trás más consequências ao cão :)

Bons treinos e até á próxima

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fazer as necessidades


Ensinar um cachorro a fazer as suas necessidades sempre no mesmo local e a não fazer dentro de casa é talvez o treino que exige mais paciência dos donos.

1º aspecto a ter em conta : se o animal fez as necessidades dentro de casa ou onde não era suposto, para nós humanos, fazê-lo, de nada serve ralhar ou castigar o animal. Parece estranho?Mas não é.
Vejamos:
O animal não sabe onde deve ou não deve fazer as necessidades antes de o ensinar-mos, logo qualquer sitio longe de onde come e dorme é um bom sítio, reparem que já temos aqui um ponto de referência, longe de onde dorme e come.
Castigar por fazer no sitio errado não é solução, pois o animal não vai perceber porque é que está a ser castigado, e aquela história de que o meu cão percebe quando fez algo de errado, é pura fantasia, o que o animal se habituou foi que quando o dono muda de atitude e a voz sai mais rispida, vêm ai castigo, porquê ele não sabe, mas que vale a pena fugir dali ou aninhar-se para não levar porrada com com alguma coisa em cima, vale e ele faz isso mesmo, no entanto o dono fica todo satisfeito porque diz que o cão sabe que fez asneira. e o problema foi resolvido? Claro que não, ele vai continuar a fazer o mesmo quando o dono não estiver em casa. Então que fazer?

Primeiro que tudo há que ter paciencia e ser um bom observador, então vejamos:

Intervalos para as necessidades


Um cachorro com 6 a 8 semanas de idade deve sair para o exterior a cada três horas. Os cachorros mais velhos podem geralmente aguardar durante mais tempo. De uma forma geral, a maioria dos cachorros deve ser levada ao exterior:

De manhã, ao acordar;


Depois da sesta;


Depois das refeições;


Depois do recreio ou do exercício;


Imediatamente antes de dormir.


Use estas sugestões para estimular um treino com êxito.

Escolha uma área no exterior onde o seu animal possa fazer as necessidades.

Acompanhe sempre o seu cachorro para esta área com a trela.

Elogie-o quando terminar.

O odor das visitas anteriores a esta zona irá marcá-la rapidamente como o local das necessidades — mas é importante mantê-la limpa.

Se o animal por algum motivo não quer fazer no local para onde o levou, e assim que o leva para dentro de casa ele faz as necessidades, então há que estar atento ao comportamento do cachorro, e assim que ele começa a rodar sobre si ou a tentar fazer as necessidades, há que o levar imediatamente para o exterior, e ai deixá-lo para fazer as necessidades e elogiá-lo após o ter efectuado para que ele perceba que teve um bom comportamento.

Outra técnica usada, mas menos higiénica a meu ver, consiste em colocar o animal num local restrito da casa, uma varanda por exemplo, e cobrir a parte mais afastada da casota e dos alimentos com jornais e esperar que o animal faça as necessidades. Após isso, retirar a folha que tem as necessidades e deixar ficar as outras que têm o odor, o animal na próxima vez procurará o local que tem o cheiro.

Ao fim de alguns dias, começa-se a retirar as folhas de jornal á volta do local onde ele costuma fazer, deixando apenas na zona onde ele faz as necessidades.

Aos poucos e poucos vai-se mudando de lugar o jornal, aproximando da porta da rua, até que o mesmo é colocado na rua na zona onde queremos que ele faça as suas necessidades, elogiando-o sempre que ele faz bem. ( pode inclusivé começar a usar uma palavra chave para as necessidades e utilizá-la sempre enquanto ele está a fazer as necessidades)

mais tarde o jornal desaparece e o animal irá efectuar as necessidades no local designado para o efeito.

Há que ter sempre em conta que cada cão é um cão e cada dono é diferente em grau de paciência e Observação, mas uma coisa é certa, não castigue o seu cão por algo de errado, se ele fez mal é porque o dono não soube ensinar-lhe a fazer bem.
até á próxima e divulguem este blog pelos amigos

domingo, 25 de julho de 2010

Os Cães de Busca

Vou tentar desmistificar um pouco o que é o trabalho dos cães de busca e resgate, para que servem, características de um bom treinador/guia de cães, etc... O artigo visa essencialmente o trabalho com os cães de busca e salvamento/resgate, por ser esse aquele que acaba por ser menos visível para a opinião pública, pois muitas das vezes não entende como os cães trabalham e por vezes escreve-se tanta coisa que não condiz com a realidade. Não pretendo ser um expert na matéria, mas quatro anos de trabalho com cães na Força Aérea Portuguesa e dois anos no grupo Operacional Cinotécnico do Corpo de Intervenção da PSP para além de sempre ter tidos e trabalhado com cães a nível particular, dão-me algumas bases para poder escrever este artigo tentando desmistificar um pouco o que é o trabalho difícil que homens e cães executam e não está á vista de todos.
Especialidades dos cães de busca e resgate

Nem todos os cães de busca e resgate realizam o mesmo tipo de busca. Alguns são cães pisteiros e outros são cães de busca. A distinção entre os dois orienta o processo de treino e o modo como o cão participa em missões. Os cães pisteiros trabalham, na maioria, com o focinho no solo. Eles seguem um rasto de cheiro humano em qualquer tipo de terreno. Esses cães não buscam, eles seguem;

Os cães pisteiros precisam de um ponto inicial, um objecto com o cheiro da pessoa com o qual trabalhar e uma pista não-contaminada.

No caso de pistagem, o tempo é um problema. Se uma criança desaparece do pátio da escola, de um acampamento, de um local qualquer de lazer, etc… um cão pisteiro pode ser chamado para seguir o cheiro da pessoa imediatamente após o desaparecimento, antes que outros grupos de busca e equipas policiais e de Bombeiros contaminem a pista de cheiro.

Os cães de Busca, por outro lado, trabalham com o focinho no ar. Eles captam o cheiro humano em qualquer local na área de busca: eles não precisam de um ponto inicial "visto pela última vez", um objecto com o qual trabalhar ou uma pista de cheiro, e o tempo não é um problema. Enquanto os cães pisteiros seguem uma pista de cheiro particular, os cães de busca captam um cheiro transportado nas correntes de ar e buscam sua origem: o seu ponto de maior concentração.

Os cães de busca podem ser chamados para encontrar uma pessoa desaparecida, que esteja perdida em algum lugar de um parque nacional que tenha muitas grutas ou ravinas e uma pessoa pode cair por uma delas, uma vítima de avalanche que esteja 4,5 metros debaixo de neve ou uma pessoa soterrada sob os escombros de um edifício, num terramoto por exemplo. Os cães de busca podem-se especializar num tipo específico de busca, como:

• Busca de cadáveres - os cães procuram especificamente pelo cheiro de restos humanos, detectando o odor dos gases de decomposição do corpo humano. Os cães de busca de cadáveres podem encontrar algo tão pequeno quanto um dente humano ou uma única gota de sangue;

• Busca de cadáveres na água - os cães buscam por vítimas de naufrágios, ou de acidentes como foi o caso do acidente na Ponte de entre os Rios. Quando um corpo está sob a água, as partículas da pele e os gases sobem à superfície, assim, os cães podem sentir o cheiro de um corpo mesmo quando ele está completamente imerso. Devido ao movimento das correntes de água, os cães raramente podem apontar a localização exacta de um corpo.

• Por norma trabalham sempre no mínimo duas equipas Cinotécnicas de busca e resgate, as quais buscam a área predefinida, e quando os cães assinalam um local, os mergulhadores usam o ponto de alerta do cão, juntamente com a análise da corrente da água, para estimar o local mais provável de localização do corpo;

• Cães de busca na neve - os cães buscam pelo cheiro de seres humanos soterrados até 4,5 metros abaixo da neve;

• Desastres urbanos – esta é talvez a especialidade mais difícil da busca e resgate, os cães que trabalham com desastres urbanos buscam por sobreviventes humanos em escombros de edifícios. Eles devem percorrer terrenos instáveis e perigosos, são treinados para trabalharem á distância, porque por muito que gostemos de animais, e quem trabalha com cães gosta do seu cão, mas ele está lá para correr riscos em vez do homem, razão pela qual tem que trabalhar á distancia, e ser ensinado a avisar o seu guia da descoberta de algum ser humano no local, altura em que após a confirmação por outra equipa, então sim avançam as equipas com o material necessário para retirar com vida a descoberta do cão. Estes cães desde o início do seu treino, são ensinados a não ter medo de andar em pisos instáveis e altamente perigosos.

Os cães que buscam por cadáveres e os que buscam em água são os únicos tipos especificamente treinados para farejar restos humanos, ainda que todos os cães de busca e resgate sejam capazes de dar o alerta sobre restos humanos caso os encontrem, no entanto isso pode gerar problemas para alguns dos cães porque os cães de busca e resgate treinados para localizar pessoas vivas podem desencorajar-se quando encontram apenas corpos. Os cães entendem que encontrar pessoas vivas é preferível, em parte devido a seu treino, em parte devido às reacções dos seus treinadores e também porque as “vítimas” ( figurantes em treino) geralmente recompensam o cão quando são encontrados, ou seja a motivação para encontrar uma pessoa viva é muito grande para o cão, pois ele está á procura da recompensa. O guia ( treinador /tratador) e o seu auxiliar, no final de uma busca em que não encontraram nada, escondem sempre nos escombros uma pessoa viva para que os cães a encontrem e assim recebam a sua recompensa, de modo a que estejam sempre com a motivação alta quando vão trabalhar, pois eles sabem que sempre que estão a trabalhar vão encontrar alguém e assim receber a sua recompensa, o que faz com que nunca desistam de procurar um ser humano vivo.

Em desastres urbanos, nos quais as pessoas estão presas sob pilhas de escombros, a força de um cão, o seu apurado faro, sua confiança e agilidade são factores extremamente importantes, no entanto, é essencial que o cão seja extremamente obediente: um cão fora de controlo é um estorvo em situações de busca e salvamento. É aqui que os padrões de busca e resgate entram.

Desvendando um pouco do treino de Busca e Salvamento
“Quando você percebe que está perdido, já passou pela mesma árvore três vezes e percebe que o pôr do sol ocorrerá dentro em pouco, um cão querendo brincar de busca a uma pessoa escondida, pode ser a sua melhor opção para voltar para casa são e salvo.”

Os cães de busca e resgate são inteligentes, ágeis e obedientes, mas seu grande "interesse em brincar" é o que os impulsiona a procurar por uma pessoa desaparecida, descer íngremes paredes de rocha e grutas que fariam uma pessoa claustrofóbica nem sequer chegar perto do local.

Basicamente, a tarefa de um cão de busca e resgate é descobrir a origem do cheiro de um ser humano e informar o seu guia/treinador onde ele está.

Os especialistas estimam que um único cão de busca e salvamento pode realizar o trabalho de busca de 20 a 30 seres humanos. Também não se trata apenas de cheiros: a audição superior e a visão nocturna dos cães também contam. O tempo é sempre um problema quando se trata de busca e salvamento. Numa situação de avalanche, por exemplo, cerca de 90% das vítimas continuam vivas 15 minutos após o soterramento, mas 35 minutos após o acidente somente 30% delas sobrevive. Apesar da maioria das vítimas de avalanche não sobreviver, as suas hipóteses aumentam quando a busca é realizada por cães. Mesmo em casos nos quais as vítimas supostamente estão mortas, os cães são bens inestimáveis; eles localizam os corpos para que os membros das famílias possam dar a seus entes queridos um enterro adequado.

Os cães de busca e resgate podem fazer coisas incríveis, incluindo descer desfiladeiros, descer de helicópteros ás costas dos seus treinadores, localizar uma pessoa dentro de um raio de 500 metros, encontrar um corpo sob a água, subir escadas e andar por uma viga instável num prédio desmoronado, mas tudo isso com um único objectivo: encontrar cheiro de um ser humano. Esse cheiro pode ser de uma pessoa viva, de um corpo, um dente humano ou uma peça de roupa. Os cães de busca e resgate localizam pessoas desaparecidas, buscam sobreviventes e corpos em áreas de desastres e localizam vestígios em cenas de crime ( casos de fogo posto, por exemplo) tudo isto concentrando-se no cheiro de um ser humano ou de um odor específico, um acelerante por exemplo : gasolina, no caso de um fogo posto, o cão pode descobrir o local de ignição.
Para as pessoas, isto pode parecer uma tarefa difícil. Mas para os cães, cujo sentido do olfacto é cerca de 40 vezes mais aguçado do que o de uma pessoa, isto é bem fácil. Para um cão, o cheiro de um ser humano é tão forte e distinto quanto o cheiro de um bolo de chocolate recém-cozido é para uma pessoa. O corpo humano apresenta um cheiro característico: a pele solta constantemente células mortas chamadas cavéolas, que contém bactérias e que exalam esse odor. Ainda que seja impossível saber ao certo, a maioria dos especialistas acredita que os cães de busca e resgate sentem o cheiro dessas cavéolas que formam um "cone olfativo" que o cão pode apontar facilmente durante uma busca. As células da pele das pessoas exalam um odor único, o que possibilita ao cão cheirar uma peça de roupa e procurar especificamente a última pessoa que a vestiu.

O pastor alemão é uma raça popular de busca e resgate

Apesar de alguns cães demonstrarem um desejo maior de farejar que outros, todos os cães têm um olfacto muito apurado. Alguns treinadores têm as suas raças preferidas, mas qualquer cão de porte médio a grande, saudável, com inteligência razoável, boa capacidade auditiva, cuja personalidade não seja agressiva e com um forte impulso de brincar/caçar (um desejo intenso e constante de recuperar um brinquedo) pode potencialmente praticar busca e resgate. Os cães de busca e resgate precisam ser grandes o suficiente para andar sobre terrenos traiçoeiros e retirar escombros do caminho, mas pequenos o suficiente para serem transportados facilmente. De facto, actualmente não se encontra muitos cães de busca da raça São Bernardo porque eles podem ser inconvenientes. O Pastor Alemão é uma raça de cão de busca e resgate muito popular: geralmente são inteligentes, ágeis e obedientes e sua pelagem com duas camadas serve de isolamento em condições climáticas severas. Cães de caça e pastoreio como os Labradores e os Border Collies também tendem a ser bons no trabalho de busca e resgate devido a seu impulso caçador muito forte. Muitas pessoas consideram os Bloodhounds a melhor raça para rastreamento: as suas orelhas gigantes e dobras faciais servem para receber e concentrar partículas de cheiro nas suas narinas, o que torna seu olfacto extremamente aguçado e discernente. Um Bloodhound pode identificar uma pista semanas após outras raças não terem conseguido. Actualmente utiliza-se outra raça Pastor Belga Malinois, com excelentes resultados.

Isto leva-nos a uma distinção entre os tipos de cães de busca e resgate: alguns cães seguem, enquanto outros buscam.

Ainda que a busca, de facto, seja realizada pelo cão, é o treinador quem está sempre no comando. Os treinadores de cães de busca e resgate são voluntários e passam por um treino exigente para realizar o seu trabalho: eles têm boa forma física para trabalhar em condições extremas, sabem movimentar-se em muitos ambientes e são capazes de prestar primeiros socorros (muitos treinadores possuem o certificado de técnico em emergência médica). Eles também comunicam-se com seus cães como se falassem a mesma língua, o que, de uma certa forma, é verdade. Os cães e os treinadores buscam a linguagem corporal um do outro, e um cão inteligente pode desenvolver um vocabulário corporal além de interpretar o tom de voz de seu treinador.

A Equipe de Busca e Resgate K-9 localizada em Dolores, Colorado, EUA, define três níveis de habilidade básicos. Para se tornar um operacional de busca e salvamento desse grupo, um cão de busca e resgate deve ser aprovado em cada nível de teste.

Nível I: obediência básica

O nível I abrange comandos básicos e temperamento do cão. Para passar nesse grupo de habilidades, o cão precisa sentir-se confortável com estranhos não-ameaçadores e outros cães, prestar atenção ao treinador enquanto caminha com trela solta, andar no meio de uma multidão e entre distracções sem se distrair e obedecer aos comandos básicos como "senta", "deita", "fica" e "venha".

Teste: enquanto o treinador está andando com o cão com uma coleira solta, eles encontram uma distração visual e uma auditiva, como uma pessoa correndo em frente ao cão e o barulho de uma porta batendo. O cão pode se assustar ligeiramente, mas ele não deve entrar em pânico, ladrar ou tentar fugir.

Nível II: profissionalismo canino
O nível II testa o que a Equipe de Busca e Resgate K-9 chama de "profissionalismo canino". O cão obedece consistentemente aos comandos básicos e às combinações de comando e não entra em stress quando se separa do treinador. Passar nesse nível significa que o cão pode trabalhar efectivamente com outro treinadores, se necessário.

Teste: o treinador deixa seu cão em um grupo de cães de busca sob o cuidado de outro treinador. Ele coloca seu cão em uma posição de "sentado" ou "deitado" e ordena ao cão para "esperar". O treinador então se afasta pelo menos 9 metros, até onde o cão não pode vê-lo. Muitos treinadores então assumem uma posição de vigilância, observando todos os cães. Isso dura, pelo menos, 15 minutos. Cada cão deve permanecer na posição "sentado" ou "deitado" sem qualquer comando adicional até a volta de seu treinador.

Nível III: habilidade física e mental

Os níveis I e II testam a obediência necessária em uma situação de busca. O nível III aborda os rigores físicos e mentais do trabalho. O cão sabe lidar com as condições e expectativas de busca e resgate?

Para passar desse nível, o cão deve andar através de um túnel, subir uma estrutura em forma de A com uma inclinação mínima de 45° em cada lado, entrar numa pá de retro-escavadeira com seu treinador e ser içado a, pelo menos, 3 metros sem tentar pular e sentar-se em um carrinho snowmobile (veículo para andar sobre a neve) sem tentar pular. Ele também viaja em um barco sem tentar pular, aproxima-se de um helicóptero sem demonstrar medo e aceita ser içado no ar enquanto usa um peitoral.

Rastreamento

A equipa de busca e resgate K-9 tem padrões adicionais para cães de pistagem: o nível III é o rastreamento em áreas amplas e desabitadas, o nível II é o rastreamento suburbano e o nível I é o rastreamento urbano. A qualificação para o rastreamento urbano envolve o seguinte teste.

Uma pessoa (o alvo) deixa um rastro de 500 metros a 1,5 quilômetro (se move de um ponto até o outro) em uma área da cidade altamente populosa e com tráfego intenso. O alvo cruza pelo menos duas intersecções, realiza pelo menos três giros em ângulo recto, desce duas quadras de becos e deixa um objecto com cheiro em um beco. Assim que o alvo deixa a pista, outra pessoa cruza a pista em pelo menos um lugar acrescentando outra trilha de cheiro para enganar o cão. Trinta minutos após o alvo estar em sua posição final, o treinador coloca o cão na pista de cheiro. O cão deve completar a trilha (encontrar o alvo) em menos tempo do que o alvo levou para criar a trilha. O cão enfrenta distracções durante todo o teste, incluindo cães e gatos soltos, outras equipes de busca e resgate e maquinaria pesada em funcionamento, além de se confrontar com obstáculos, incluindo cercas de arame farpado e paredes de tijolos que o cão deve superar desviando-se deles (ou pulando sobre eles) para permanecer na pista.

Um cão e seu treinador precisam treinar muito para passar nos padrões de qualificação do trabalho de busca e resgate. O treinamento inicia-se quando o treinador identifica a recompensa ideal para o cão. Geralmente ela é muito fácil de descobrir.


Treino do cão de busca e resgate

Comandos comuns

Busca- iniciar uma busca por cheiro humano
Up- escalar um obstáculo
Fura- rastejar através de um túnel
Deixe- ignorar uma distração em particular
Mostra- levar o treinador de volta ao local de uma descoberta

Pode parecer que um cão obsessivamente focado em brincar não daria um bom cão para o trabalho. Mas para o trabalho de busca e resgate, esta é uma característica perfeita. Um cão que busca uma bola de ténis por horas provavelmente andaria em três metros de neve, subiria uma montanha e desceria uma barreira rochosa que sangraria as suas patas para encontrá-la (e encontrar alguém para atirar o objecto para ele novamente). Para esse cão de busca e resgate, localizar a origem de um cheiro humano significa um jogo de "ache a bola". Esta é a base do treino de busca e resgate: associar o cheiro humano com alguma coisa que o cão deseja muito.

As principais tarefas de um cão de busca e salvamento são localizar um cheiro humano ("busca") e efectivamente alertar o seu treinador para a sua localização. O treino de busca e resgate garante que um cão pode completar essas tarefas em todas as condições, independentemente do clima ou de distracções. Dependendo da área de especialidade do cão, o seu treino central também pode incluir o lembrar-localizar ("mostra"), no qual ele encontra uma pessoa, retorna ao seu treinador e então o leva de volta até a pessoa, ou a lealdade com a vítima, na qual o cão permanece com a pessoa e alerta o seu treinador por meio de latidos.


Este cão está alertar o seu treinador por meio de latidos. Ele permanecerá com a vítima até a chegada de ajuda. ( simulação)

A maioria dos cães de busca e resgate fora de Portugal mora e treina com seus treinadores, em Portugal, os cães policiais estão num canil próprio da corporação a que pertencem. São necessárias aproximadamente cerca de 600 horas de treino para um cão estar apto a actuar. Os potenciais cães para busca e resgate precisam ser obedientes e atentos, ter um temperamento amigável (eles vão trabalhar próximos de estranhos e outros cães numa situação de busca) e ter um forte desejo de agradar. Obediência e concentração são cruciais. Um treinador deve poder controlar seu cão todo o tempo e em todas as situações. Mas um cão de busca e resgate que não seja capaz de agir por conta própria é inútil (cães de busca trabalham sem trela, portanto, o treinador nem sempre estará por perto para dar os comandos). O cão de busca ideal pode resolver problemas sozinho, mas está sempre atento ao seu treinador.

A abordagem geral para treinar um cão para busca e resgate não é diferente do treino de um cão para realizar qualquer outro tipo de tarefa. O primeiro passo é descobrir por qual recompensa o cão trabalhará, e sempre imediatamente recompensá-lo quando ele faz a coisa certa. Os cães não fazem caridade: eles trabalham somente pela recompensa. Durante o treino, associa-se essa recompensa com cada coisa que deseja que o cão faça (nesse caso, localizar cheiro humano e alertá-lo de uma maneira padrão). O treino inicia- se com tarefas muito simples e progressivamente vai-se tornando mais complexo à medida que o cão completa cada nível.

Treino do treinador/guia

Em média, um treinador de busca e resgate leva cerca de mil horas para estar apto a actuar em campo. Ele aprende a treinar adequadamente um cão para localizar e alertar e recebe treino em navegação terrestre, padrões climáticos, transmissões, saber ler mapas e bússola, sobrevivência em áreas amplas e desabitadas e procedimentos de primeiros socorros avançados.

A maioria das buscas reais tem uma equipa de cães e um guia auxiliar para ajudar com a navegação, mas o treinador/guia deve ser capaz de fazer isso sozinho para se qualificar para uma operação de busca.

As equipas de busca e resgate estão a postos 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Normalmente, uma autoridade alerta a unidade de cães de busca e resgate e a organização desta alerta os membros da sua equipa. O caso pode ser o de uma criança desaparecida, um grupo de praticantes de caminhada que nunca chegou ao seu local de acampamento, um prédio bombardeado, um terramoto, um fugitivo ou uma nova pista de um crime que coloca o corpo de uma vítima num lago, etc…, podendo ser mil e uma situações diversas.

Depois de alertados por uma chamada, o binómio de cão/treinador carrega o seu equipamento, o que pode incluir muitos acessórios para climas severos, cordas e amarras, rádios, bússolas, mapas, alimento, água e outras coisas úteis numa busca. Se a chamada é para uma busca em avalanche, o transporte pode envolver um helicóptero. Se for uma busca em área ampla e desocupada, a equipa geralmente dirige-se até o local com automóveis e depois caminha ou chega de rappel / slide até a área de busca. Se a busca for por uma vítima de afogamento, o treinador e o cão chegam de barco até a área.
Uma vez no cenário da busca, a obediência do cão é totalmente testada. As distracções estão em toda parte: pessoas e cães procurando, membros da família histéricos, repórteres, holofotes, megafones. O líder da unidade de busca e resgate está no comando, informando a autoridade legal ou a autoridade da busca no cenário.Numa busca longa, um grupo de busca e resgate estabelece um acampamento-base completo com comunicações de rádio, áreas de descanso e conselheiros de busca. O líder da busca e resgate indica a cada equipa de cão/treinador um local para ser vasculhado. Se o cão mostrar interesse por um local particular mas não der um alerta completo, o treinador anota a localização. Se o cão der um alerta completo, todos se mobilizam. Numa busca na água, os mergulhadores saltam para a água. Numa busca de avalanche, todas as mãos disponíveis cavam na neve. Numa busca em área ampla e desabitada, as pessoas podem trabalhar para retirar as pedras do caminho de uma abertura de caverna para encontrar o que pode ser uma pessoa praticante de caminhada desaparecida. Enquanto isso está acontecer ou imediatamente depois, o cão e seu treinador afastam-se um pouco e brincam com a recompensa da preferência do cão, para que o cão saiba que ele ganhou o jogo.

Mesmo se a pessoa desaparecida é encontrada morta, e a família está presente, o treinador discretamente brinca com o cão. Enquanto a busca e resgate permanecer um jogo, o cão fará o seu trabalho alegremente.

Esta é na sua essência a maneira como trabalham as equipas de busca e salvamento do Grupo Operacional Cinotécnico da Polícia de Segurança Pública.

As regras e métodos de treino do GOC são em tudo semelhantes aos da unidade K9 do Colorado ou como tantas outras espalhadas pelo mundo, pois estão devidamente comprovados os resultados obtidos pelos cães treinados deste modo.


Fontes


• "Avalanche Training Overview." (Visão Geral do Treinamento em Avalanche) Comdens.com.

http://www.comdens.com/SAR/avitrn-overview.html

• K-9 Search and Rescue Team, Inc.

(Equipe de Busca e Resgate K-9) http://www.k9team.org/

• "SAR Dog Fact Sheet." (Dados Técnicos sobre Cães de Busca e Resgate) NASAR.

http://www.nasar.org/nasar/sar_dog_fact_sheet.php

• "Search and Rescue Dogs." (Cães de Busca e Resgate) Cães Trabalhadores.

http://www.workingdogs.com/doc0163.htm

• "What do Search Dogs Do?" (O que os Cães de Busca Fazem?) National Search and Rescue Dog Association.

(Associação Nacional de Busca e Resgate) http://www.nsarda.org.uk/what_do.shtml

terça-feira, 13 de julho de 2010

Curiosidades sobre cães

Algumas curiosidades sobre os nossos melhores amigos


•A maior ninhada ocorreu em 1944 quando uma American Foxhound teve 24 filhotes.

 
•Dar chocolates aos cães pode ser fatal para eles. Um ingrediente do chocolate, a teobromina, estimula o sistema nervoso central e o músculo cardíaco. Cerca de 1 kg de chocolate com leite, ou 146 gramas de chocolate puro podem matar um cão de 22 kg.

 
•Dois cães sobreviveram ao naufrágio do Titanic. Escaparam nos primeiros botes salva-vidas, que levavam tão poucas pessoas que ninguém se importou que eles estivessem ali.


•Já não existem mais Huskies Siberianos na Sibéria.


•O olfato dos cães é um dos melhores da natureza. Se as membranas situadas no nariz dos cães fossem estendidas, elas seriam maiores que o próprio cão.

•Os cães de guarda são mais suscetíveis a atacar um estranho a correr, do que um que esteja parado.

 
•Os cães selvagens que vivem em matilhas na Austrália são chamados Dingos.

 
•Os cães têm cerca de 100 expressões faciais, a maior parte delas é feita com as orelhas.

 
•Os cães veem cores, mas não tão nitidamente como os humanos.

 
•Os estadunidenses gastam mais dinheiro em alimentos para cães do que para humanos.


•Quando os cães têm dor de barriga, comem erva para vomitar.


•Se um cão mantém o rabo erguido, é sinal de dominação.
 

domingo, 20 de junho de 2010

Chega o calor e com ele as carraças


A carraça, quando portadora de micróbios, constitui um perigo para os nossos cães e também para a saúde pública.


O aumento de animais de estimação e, fundamentalmente, o sucessivo e crescente abandono de cães e de gatos, constituem factores decisivos para a proliferação deste parasita. Esta situação tornou-se deveras preocupante, não apenas pelo incómodo que a carraça causa ao animal, mas principalmente pelas doenças que lhe pode transmitir ao picá-lo, quando portadora de micróbios, vírus, ricketssias e outros agentes.

Essas doenças são a erlichiose e a babesiose.

No homem, a picada também pode provocar doenças, como a chamada “febre de carraça”.

Aqui, neste texto, vamos tentar conhecer o parasita um pouco mais de perto, no sentido de encontrarmos meios mais eficazes de o combater e de controlar a sua disseminação.

O que é a carraça?

A carraça é um ectoparasita que usa uma vasta gama de hospedeiros para se alimentar através do seu sangue: equinos, suínos, cães, gatos, ruminantes, aves, roedores, etc.

Das cerca de 800 espécies que há em todo o mundo, em Portugal existe uma dezena e, dentro deste grupo, há especialmente duas espécies que merecem a nossa atenção por serem as que parasitam os nossos cães. Vamos muito sumariamente classificá-las com base em aspectos morfológicos básicos, assim:



 Carraças "duras", em que a cutícula que as reveste é dura. Esta espécie assemelha-se a um “vulgar” insecto, tipo escaravelho.













Carraças "moles", em que a cutícula é mole. Esta espécie fixa-se de preferência nas orelhas dos animais e incha quando fica repleto de sangue, assemelhando-se a um feijão.







Ciclo de vida



0 ciclo de vida da carraça divide-se em 4 fases de desenvolvimento: o ovo, a larva, a ninfa e o adulto.

Um único hospedeiro pode ser parasitado por todos estes ciclos de vida da carraça.

Uma carraça adulta pode criar milhares de ovos, que se libertarão do hospedeiro caindo no solo e aqui se desenvolvendo, se encontrarem condições propícias, que são preferencialmente zonas de vegetação de baixa ou média altura e com algum grau de humidade.

Como se “ganham” carraças?

As carraças atingem o corpo do cão por contacto directo. Como não voam nem saltam, normalmente instalam-se nas ervas e nos arbustos e esperam que o seu futuro hospedeiro passe e roce essa vegetação, dispondo para o efeito de uma sensibilidade especial que lhe permite detectar a aproximação e passagem da vítima.


Como evitar a infestação?
Infelizmente, não há nenhum esquema de tratamento preventivo. Se o cão frequenta áreas infestadas por carraças, ele certamente ficará sujeito a apanhá-las. As zonas com vegetação rasteira e arbustos são as mais arriscadas. No entanto, elas podem existir nos pavimentos, nas frestas de muros e, assim, durante um passeio a uma praça ou um jardim público, o cão pode infestar-se. E o mesmo pode acontecer nos nossos quintais ou jardins privados, se a desinfestação não tiver sido feita de forma integrada.


Como combater a carraça?

Tal como acontece como as pulgas, a carraça não deve combater-se apenas no corpo do animal, mas também no ambiente.

Em todos os seus estágios de vida (desde larva até adulto), a carraça é muito resistente. Por isso, é muito difícil combatê-la.

Eliminá-la do cão é relativamente fácil, seja catando-a com uma pinça* ou através de antiparasitários específicos. Mas as formas invisíveis do seu ciclo de vida, os ovos e as larvas, permanecerão no ambiente e nele sobreviverão durante muitos meses se não forem tomadas medidas adequadas.

(*) Quando se usa uma pinça para arrancar a carraça, deve ter-se o cuidado de usar previamente álcool ou éter para “adormecer” o parasita. É que este usa umas garras para se fixar na pele no cão e estes líquidos, para além de desinfectarem a picada, ajudam a sua remoção. De outra forma, à força, o parasita é retirado mas as garras ficam agarradas à pele, podendo causar uma infecção posteriormente.


Em relação aos espaços públicos, quaisquer medidas a nível individual são ineficientes. A solução mais sensata para evitar que o cão apanhe carraças consiste em evitar levá-lo para locais infestados. De qualquer modo, se tal não for possível, deverá efectuar-se uma inspecção a todo o corpo do animal ao regressar-se a casa.
Em muitos casos, como se referiu, as carraças andam no solo e agarram-se às patas, pelo que não se deve deixar de vigiar essas zonas, inclusive entre os dedos.

No nosso ambiente doméstico, seja dentro de casa ou no jardim, todos os locais deverão ser desinfectados com insecticidas apropriados, mas tendo sempre especial atenção que esses produtos não venham a intoxicar o animal.

Parasiticidas

Por mera questão de princípio, não vou indicar marcas de produtos, os quais, aliás, devem ser receitados pelo veterinário assistente.

Encontram-se à venda no mercado variados produtos para o combate das carraças, tais como líquidos, sprays e colares. Mas não caia na tentação de os usar indiscriminadamente ou por mero conselho do responsável da loja ou de um amigo ou conhecido. Nunca dispense o conselho do veterinário, que lhe poderá indicar não só o produto mais adequado como também o método mais eficaz para combater o parasita.

Alguns parasiticidas combatem tanto as pulgas como as carraças e, basicamente, são os mais recomendados para não sujeitar o animal à toxicidade destes produtos, que é sempre prejudicial.

Nisto, como em tudo, deve haver um equilíbrio. Combater os parasitas, sim, mas não dar cabo da saúde do cão. Estes produtos são concebidos para não causarem danos graves ao animal mas, quando em excesso, poderão ser mesmo muito prejudiciais.

Não esquecer que muitas das substâncias tóxicas que compõem os parasiticidas são acumulativas, isto é, o organismo não se desembaraça delas na sua totalidade, agravando-se a dose de tóxicos absorvida pelo organismo com as sucessivas aplicações.

Doenças transmissíveis
Só as carraças portadoras de agentes infecciosos transmitem doenças ao cão: a erlichiose e a babesiose.

As carraças portadoras desses micróbios (protozoários - seres unicelulares microscópicos), transmiti-los-ão aquando da picada destas no animal. Estes protozoários vão "colonizar" os glóbulos vermelhos e/ou as células mononucleares do hospedeiro provocando, após um período de incubação de 1-3 semanas, sinais de doença.

Assim, as carraças devem ser removidas o mais rapidamente possível de forma a limitar o tempo de transmissão dos agentes causadores de doenças, pois não há forma de determinar se elas são ou não portadoras desses agentes infecciosos.

Ter também em atenção que basta uma ou duas carraças portadoras dessas formas infectantes para que o cão contraia uma dessas doenças.

Assim, a vigilância deve ser constante e qualquer sinal de apatia, febre, falta de apetite e mucosas (gengivas ou conjuntiva) pálidas em cães que costumam ter carraças, é motivo de uma visita ao veterinário que, através da análise sanguínea, poderá detectar a Babesiose ou a Erlichiose. Estas doenças são tratáveis mas quando diagnosticadas a tempo.

Vamos prevenir para evitar que o nosso amigo fique doente, uma visitinha ao veterinário nesta altura do ano evitará decerto despesas maiores mais tarde e sofrimento ao nosso amigo de quatro patas.
aquele abraço e até breve

 fonte: http://whippetp.no.sapo.pt/carracas.htm

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Prevenir Acidentes com o seu cão

Aprenda a usar estas técnicas antes que venha a precisar delas!










Queimaduras

(química, eléctrica, térmica)
Lave imediatamente a área queimada com grande quantidade de água fria. Coloque uma saco de gelo no local por 15 - 20 minutos. Atenção: não ponha o gelo directamente sobre a pele do animal, envolva-o em uma toalha ou outro tecido limpo.

Ligue imediatamente para o seu veterinário.

Engasgo

(dificuldade respiratória, constante movimento de pata na boca, lábios e língua azul)

Veja dentro da boca e procure um corpo estranho visível. Se encontrá-lo, remova-o com uma pinça ou alicate de ponta comprida para que o animal consiga respirar. Tenha extremo cuidado de não empurrar o corpo estranho mais para dentro da garganta. Se o objecto continua alojado e imóvel, coloque o animal deitado de lado e faça pressão na altura das costelas com a palma da sua mão, 3 ou 4 vezes. Repita mais algumas vezes até o deslocamento do corpo estranho.

Ligue para o seu veterinário imediatamente, mesmo que  tenha conseguido retirar o corpo estranho pois ele pode ter causado ferimentos internos. Não deixe para depois!

Intermação

(respiração acelerada e dificultosa, vómitos, colapso, temperatura elevada)

Coloque o animal numa banheira, balde ou bacia com água fresca, não use água fria pois pode causar choque térmico. Um banho de mangueira ou envolver o animal em uma toalha molhada também ajuda. Não coloque a cabeça do animal debaixo da água.

Ligue para seu veterinário imediatamente!!!

Vómitos

Suspenda a alimentação por 12 - 24 horas. Depois que o vómito cessar, dê pedras de gelo por 2 horas e comece a aumentar o volume de água e comida até a quantidade normalmente ingerida por dia.
Ligue para seu veterinário.

Diarreia

Suspenda a alimentação por 24h mas dê água à vontade. Dê cubos de gelo.

Ligue para seu veterinário.

ENVENENAMENTO

Medidas preventivas

• Não deixe o seu cão comer nada durante os passeios. Os cães, principalmente jovens, têm tendência para comer seja o que for.

• Retire todas as plantas venenosas de sua casa e jardim ou coloque-as fora do alcance do cão.

• Guarde produtos químicos e de limpeza, os insecticidas e os medicamentos, fora do alcance do cão, de preferência em local trancado.

Ao fazer uma desparasitação, por banho medicinal ou pulverização, tenha atenção à quantidade de insecticida que utiliza.

Principais Sintomas
Os sintomas variam conforme o tipo de veneno ingerido, pode-se considerar todos ou alguns dos abaixo indicados

• O cão saliva fortemente


• Tem vómitos recorrentes e, por vezes, também diarreia


• Há sangue no vómito, nas fezes ou na urina;


• O animal está apático;


• Tem dificuldade em respirar;


• As mucosas apresentam-se pálidas ou azuladas;


• A pulsação é rapidíssima;


Tem tonturas, convulsões e/ou desmaia.

Primeiras medidas
• Leve imediatamente o cão ao veterinário

• Anote o que foi ingerido e a quantidade ( se for um produto químico ou veneno que você tinha em casa, leve a caixa para o veterinário, muitas vezes as caixas trazem além da base química do remédio, procedimentos de emergência e telefones de centrais toxicológicas).

• Não induza vómitos sem consultar o veterinário! Este nem sempre é o melhor procedimento, podendo em alguns casos inclusive agravar o problema.

• No caso de envenenamento de pele, lave com bastante água e um sabonete suave.

• Dê-lhe comprimidos de carvão. O carvão absorve a maior parte dos tóxicos e não afecta o animal.

Dê-lhe bastante água para beber. a água tem um efeito diluente.

Existem muitas outras situações que daria para publicar quase um livro, mas espero que estes tópicos já ajudem a prevenir um acidente com o vosso cão.
até breve

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ensinar um cão a ficar num local quieto

ninhada do autor do blog

Quando dominar o comando “senta”, treine a voz de comando “fica”. Pratique-a duas vezes ao dia, com três repetições da ordem a cada sessão. Inicie o treino com a trela, num ambiente controlado e sem distracções.

Passo 1:
Permaneça em frente do seu cão, a cerca de meio metro. Dê a voz de comando “senta” e elogie-o.

Passo 2:
Ordene-lhe que se sente e, ao mesmo tempo, estique o braço (com a palma da mão para cima) até cerca de 10 cm do focinho. (O movimento do braço é semelhante ao utilizado pelos agentes da polícia para parar o trânsito.) Este gesto representa uma fronteira física para o seu cão. Quando o seu braço está esticado, ordene-lhe que se sente num tom claro, descontraído e firme — cortando a voz de forma abrupta no final da palavra. Deixe que o seu cão permaneça sentado por cinco segundos e, de seguida, liberte-o dizendo “OK”. Elogie-o e recompense-o. Pode demorar muitos dias até que o seu cão domine este gesto.

Passo 3:
Depois de dominar o passo 2, pode prosseguir. Dê a voz de comando para se sentar e, assim que o seu cão olhar fixamente para si, dê um ou dois passos para a direita e regresse ao centro.

Passo 4:
Depois de captar a sua atenção durante 15 a 30 segundos enquanto se move para um dos lados, mova-se para o lado oposto. De seguida, aumente a distância e varie a velocidade do movimento.

Passo 5:
Quando voltar a sentar-se, elogie-o e comece novamente. Comece por ordenar que se sente durante 15 a 30 segundos e aumente 15 segundos de cada vez. Uma meta razoável é a de sentar e ficar durante um minuto e meio.

Durante este processo, mantenha na sua mão e visível o brinquedo com que brinca com o seu cão. Se ele tentar avançar para si, saindo da posição de "fica" lance o brinquedo para trás do cão.

Após fazer isto várias vezes, verá que o seu cão começa a querer movimentar-se para trás, porque está á espera que você lance o brinquedo para trás dele, é nesta altura que se lança o brinquedo para junto dos pés do cão, num movimento rápido, e se elogia o cão.

Deste modo, ele irá compreender que se ficar naquele sítio quando recebe a ordem, será recompensado, ou seja, o brinquedo vem ter com ele e o dono brinca com ele.

é preciso paciência, e principalmente nunca se zangar por o cão fazer mal, ele apenas faz aquilo que lhe ensinamos, e se ainda não o faz bem, é porque nós humanos ainda não lhe ensinamos correctamente.

NUNCA SE CASTIGA UM CÃO, se ele não fizer bem, apenas não recebe a recompensa.

até breve,

sábado, 17 de abril de 2010

O Figurante

O Figurante é talvez uma das pessoas mais importantes no treino de um cão. Muitas das vezes não se dá valor ao figurante porque quem está de fora apenas olha para o que o guia e o cão estão a fazer, se o cão está a morder bem ou não se pára á ordem do dono ou não etc....

Mas na verdade o trabalho do figurante é extremamente importante. Ele pode fazer com que um cão seja excelente ou simplesmente estragá-lo. Como? é simples. è o figurante que percebe se o cão está a morder bem ou mal, é ele que sabe dar a perna ou a manga na entrada do cão de modo a dar-lhe confiança para o ataque e se esse trabalho for mal feito pode traumatizar o animal de tal modo que ele nunca mais quer morder no figurante. É o bom figurante que se mantém quieto quando se manda parar um ataque  e o cão continua a morder, que mantém o sangue frio mesmo quando as mordidas do animal são de tal modo fortes que marcam mesmo com a protecção colocada e deixam muitas nódoas negras que ninguém vê.

O trabalho do figurante tem evoluido ao longo dos últimos anos de tal maneira que hoje em dia os teinos nas escolas que têm campeões não dispensam a existencia de figurantes altamente profissionais, pois só assim se consegue ter binómios bem treinados, binómios sim, pois que o figurante acaba por treinar também o guia , não é só o cão.

Nas fotos o autor do Blog recordando como sabe bem fazer uma manga de ataque ao um cão de guarda.
Foto do autor em Março de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

A Motivação

Motivação

Esta é a palavra chave no treino do cão " MOTIVAÇÃO". Se pensarmos um pouco, verificamos que esta palavra é talvez a mais impoortante na vida do ser humano, pois é ela que faz com que decidamos muitas das vezes aquilo que vamos fazer. Na vida de um cão esta é simplesmente a mais importante se queremos um companheiro bem treinado e obediente. Não nos podemos esquecer de que por muito que gostemos do nosso companheiro, estamos a falar de um animal que tem os seus instintos básicos de vivência em matilha. Para o nosso cão a matilha passou a ser os seres humanos com que habita, logo há que determinar quem manda, e como a inteligência está do nosso lado, não vamos usar os métodos de luta de uma matilha mas sim a motivação para que ele nos obedeça e faça com que queira fazer tudo para nos agradar. A motivação faz com que não seja necessário aplicar qualquer castigo a um animal mas sim redireccionar o seu comportamento para algo correcto. Por exemplo: muitos donos queixam-se dos seus animais fazerem buracos no jardim, e assim que vêm o buraco ralham com o cão. Ora nada de mais errado! O animal não tem noção do lapso de tempo, pelo que castigá-lo por algo que ele fez no passado não resullta. Há que ter paciência, aguardar que ele volte a ir para o quital e assim que vai começar a escavar, chamá-lo para junto de nós, fazer-lhe festas, dar-lhe um biscoito e brincar com ele. Passados uns minutos deixamos de lhe dar atenção, e se ele voltar ao buraco novamente o vamos chamar e brincar com ele, ou seja estamos a motivá-lo para estar connosco, ou seja chega uma altura que a motivação para estar connosco é maior do que para fazer o buraco. A motivação para brincar com o dono vai ser a sua maior recompensa e com isso ele vai querer fazer tudo para agradar ao dono. Motivação positiva, aqui está o segredo de um treino bem conseguido. Com motivação positiva tudo se consegue, até vencer os medos naturais de um cão, como o seja atirar.se para dentro de um lago.
aquele abraço e até breve.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Comandos

Aqui estão alguns dos comandos que podem ser usados ao dar ordens ao nosso cão. Devem ser utilizadas sempre as mesmas palavras para não confundir o animal, estas ou outras, não importa, o que realmente importa é serem sempre as mesmas para determinado comando que se lhe dá.
espero que isto vos ajude um pouco.
1 Parar imediatamente tudo o que estiver fazendo Não!

2 Sim! Aprovação do que o cão estiver fazendo, com apoio de estímulos positivos. Muito Bem!

3 Acalmar, quando o cão estiver nervoso ou excitado, tranqüilizar. Calma!

4 Andar junto / ficar junto à perna esquerda. Junto!

5 Sentar com as patas anteriores no chão. Senta!

6 Deitar ALERTA (Decúbito ventral) Deita!

7 Permanecer no lugar, até novo comando. Fica!

8 Atender ao primeiro comando de chamada. Aqui!

9 0 cão deverá reagir a qualquer agressão a si, ao dono ou à invasão do seu território. Sem Comando!

10 Pular obstáculo vertical ou horizontal. Pula!

11 Buscar objetos. Busca!

12 Mandar em frente. Em Frente!

13 Complementação das tarefas 5 e 6, com os comandos à distância. Sinal Manual!

14 Ficar em posição anatómica para exame em exposições. Parado!

15 Dar a pata. Dá a pata!

16 Fingir de morto. Morto!

17 Rastejar. Rasteja!

18 Sentar, somente nas patas posteriores. Ao Alto!

19 Cruzar, passando por entre as pernas. Cruza!

20 Pular, por dentro dum pneu. Pula!

21 Passar no túnel. Passa!.

22 Subir uma escada Sobe!

23 Latir sob comando. Late!

24 Cortar corda ou desamarrar. Corta!

25 Nadar. Nada!

26 Mergulhar. Mergulha!

27 Pular Obstáculo de 1,60 Pula!

28 Procurar objecto perdido. Busca!

Até á próxima e aquele abraço

quinta-feira, 25 de março de 2010

Comportamento do seu cão quanto está sozinho

Diogenes, Jean-Léon Gérôme, 1860, Walters Art Museum, USA





Uma casota dará ao seu cachorro uma área confortável e controlada na qual poderá dormir quando o dono não lhe pode dar atenção, minimizando assim comportamentos destrutivos. Dê ao seu cachorro espaço suficiente para que possa deitar-se e esticar-se confortavelmente.

Certifique-se de que coloca na casota 1 cobertor e brinquedos de roer.

Elogie-o quando se encontrar lá dentro, deixe a porta aberta e não se afaste. Quando o animal se sentir à vontade dentro da casota e permanecer lá dentro durante alguns minutos de cada vez, feche a porta durante alguns instantes e não se afaste.

Repita esta acção várias vezes ao dia, dando oportunidade a brincadeiras entre os comandos. Aumente gradualmente os períodos de tempo em que o seu cachorro permanece dentro da casota e afaste-se. Se o cachorro ficar aflito por não ver o dono, dê-lhe alguns instantes para se acalmar. Não o deixe sair da casota quando fica perturbado. Aguarde que fique mais calmo. Caso contrário, começará a associar o nervosismo com a saída e não conseguirá aprender a acalmar-se dentro da casota. Repita constantemente as vozes de comando e elogie-o. Vai ver que o seu cão aprende que se ficar calmo no seu local, mais cedo ou mais tarde o dono aparece para brincar com ele, e assim vai manter-se sossegado na sua ausência.

até á próxima

aquele abraço

quarta-feira, 17 de março de 2010

Kanicross 2010

Inicia-se amanhã dia 18, a competição denominada Kanicross 2010 no Campo de Tiro de Alcochete em que participam binómios de vários ramos das forças armadas e de segurança.
Organizado pela Polícia Aérea, especialidade a que pertenci durante quatro anos, este ano, mais uma vez a PSP, minha actual especialidade, concorre com uma equipa muito bem preparada. O ano passado a PSP ficou em 2º (GOC) e 3º (CMPorto) lugar por equipas, este ano vamos a ver em que lugar ficamos, pois há mais concorrentes e cada vez mais os binómios apresentam uma excepcional preparação.
Este artigo serve apenas para adoçar um pouco a boca aos curiosos, se quizerem ir sabendo o desenrolar nada como consultar a página oficial da ANPA
A equipa representativa da PSP no Kanicross 2010
Grupo Operacional Cinotécnico


sexta-feira, 12 de março de 2010

10 tópicos sobre o treino de um cachorro



O Autor do Blog nos tempos em que era treinador tratador na Polícia Aérea na Força Aérea Portuguesa com uma ninhada de Pastores Alemães na Base Aérea 6 - Montijo

1. Um cachorro está sempre a aprender todos os dias desde o seu nascimento. Mesmo quando se muda para casa às sete ou oito semanas, ele continuará a aprender sobre o seu novo ambiente.

2. Todos os cães são animais de matilha e respeitam o “chefe da matilha”. Se este chefe não existir, ele tentará assumir esse papel. Quando entra em casa, o seu cachorro está convencido que vai para uma nova matilha (você e a sua família). Se não houver uma hierarquia organizada ele próprio tomará o comando.

3. Desde o primeiro dia, ensine o seu cachorro que você é o chefe e que ele é o último na escala de hierarquia da casa. Se a sua posição for bem definida, ele ficará muito mais satisfeito. Ele sabe que você, como líder, o vai proteger e tomar decisões por ele.

4. Deixando a teoria de lado, o que se pode fazer na prática? A voz de comando “senta” é a mais útil. Cada vez que o alimentar (o que deve acontecer quatro vezes por dia até às quatro semanas de vida), faça-o sentar, depois espere uns momentos e permita-lhe então comer, dando-lhe palavras de encorajamento. Quando lhe disser senta, em voz alta e de forma clara, pressione-lhe a zona do lombo. Esta rotina a cada refeição obriga-o a treinar quatro vezes por dia e dá ao seu cachorro a oportunidade de se sentir recompensado após obedecer a uma ordem sua.

5. Faça-o compreender claramente as regras da casa. O seu cachorro veio viver para sua casa nas suas condições. Se algum dos aposentos lhe é proibido faça-lho entender. Obrigue-o a sentar à porta de entrada e ao fim de 15 minutos dê-lhe um biscoito como recompensa. Se entender que as cadeiras lhe são proibidas nunca o deixe sentar-se numa.

6. Comece a ensinar a ordem “VEM” ou “AQUI” logo desde o início. Os cachorros jovens de oito a 12 semanas seguem-no quase por instinto. Para ensiná-lo comece a andar de costas e a chamá-lo. Ele segui-lo-á rapidamente e responderá apenas à voz como continuação desse seguimento. Mais tarde, ofereça-lhe uma recompensa por cada tentativa bem sucedida, mesmo que seja apenas pura coincidência.

7. Provoque “mini-crises” para ele resolver com a sua ajuda. Por exemplo, tire-lhe a comida enquanto ele está a comer e volte a dar-lha. Ele aprenderá duas coisas: primeiro, que você é o chefe e tem todo o direito de lhe tirar a comida e, segundo, que esta lhe será devolvida. Este treino precoce evita que um cão se torne tão possessivo com a comida a ponto de morder qualquer pessoa que se aproxime.

8. O treino caseiro começa no primeiro dia. Ensine o seu cachorro onde pode fazer as necessidades. Um canto escondido do SEU jardim é o melhor sítio. Leve-o lá e espere. Felicite-o e recompense-o quando ele urinar ou defecar nesse sítio.

9. Ensine-lhe o comportamento em viagem desde os primeiros tempos. Dê-lhe um passeio à volta do quarteirão todos os dias para que se habitue ao carro e não o veja como uma grande excitação, nem coisa de grande importância. Ele rapidamente aprenderá a dormir no banco de trás e o enjoo é praticamente desconhecido de cachorros que crescem com experiência de viajar de carro.

10. Nunca deve punir ou ralhar a um cachorro depois da falta: é demasiado tarde. Alguns exemplos: se um cão não responde ao chamamento, não vale a pena ralhar-lhe assim que o tiver junto de si. Ele deve ser congratulado, porque finalmente fez o que devia. Não o repreenda se encontrar fezes ou urina fora do local apropriado. Isso só o ensinará a esconder-se e, em casos extremos, a comer as suas próprias fezes para disfarçar o “crime”.

curiosidades

" Possuir um animal de companhia constitui um factor educativo que não se deve negligenciar. A sua importância aumenta na mesma proporção que o homem urbano se afasta da natureza" KONRAD LORENZ prémio nóbel 1973

Ter um cão em casa não se traduz apenas por aspectos positivos, e , como tal requer uma reflexão profunda antes de tomar a decisão de ter um animal em casa. Deve-se estar consciente das responsabilidades que lhe estão inerentes, das suas necessidades, da perca de alguma liberdade nossa, pois o animal necessita de tempo nosso, para ser alimentado, passeado, brincar, idas ao veterinario etc, Como podem ver as responsabilidades por ter um animal obriga a pensar muito bem antes da sua aquisição.

Um factor que muita gente esquece, é que no período de férias, são raros os locais que aceitam que se leve um animal de companhia, eu sei do que falo, tenho três cães e não vou de férias pra lado nenhum há muitos anos, foi uma opção minha, mas a familia tem que estar toda consciente desta decisão.

Caberá pois ao futuro dono, tomar em conta todos estes factores, positivos e negativos, antes de adquirir um companheiro.

pensem bem.

aquele abraço e apareçam sempre

domingo, 7 de março de 2010

O Comportamento do Cão




Os cães por vezes têm comportamentos que para um leigo na matéria, é uma dor de cabeça, mas todos os comportamentos têm uma explicação, apenas temos que observar com atenção e pensar um pouco o que leva o cão a ter um determinado comportamento.

Exemplo: estamos em casa a ver televisão e o nosso cachorro vem até junto de nós. Como estamos interessados em ver a TV, não ligamos nenhuma ao cão, apesar de ele tentar chamar a nossa atenção. Passados alguns minutos e após ter tentado chamar a atenção do dono, o cão vai-se embora e começa a brincar com um chinelo, que tem o cheiro do dono. O dono ao ver o cachorro a roer o chinelo, de imediato chama-o, ralha com ele, levanta-se e vai ter com ele, tira-o do local e continua a falar com o animal.
Ora bem, você acabou de ensinar ao seu cão o que ele deve fazer para chamar a sua atenção, pois ao roer um chinelo, passou a ter toda a atenção do dono que não teve quando se estava a portar bem, ou seja, acabamos de lhe dar um mau exemplo e ele memorizou-o, e agora preparem-se, quando ele quiser atenção, nada como ir roer algo que tenha o cheiro do dono, é atenção garantida.

Lembrem-se o animal deve ser recompensado sempre que está a fazer algo bem feito, se ele está ao nosso lado sentado, há que o recompensar, fazer-lhe uma festa, etc..., ou seja reforçar o comportamento correcto com um reforço positivo, caso contrário ele vai tentar chamar a atenção de outra maneira.

[a imagem acima é apenas ilustrativa, já tentei treinar os meus assim mas ainda estou na fase em que lhes explico e eles mandam-me a mim limpar :) ]

aquele abraço e voltem sempre